
Autocarro da Empresa Municipal dos Transportes Públicos de Maputo
Maputo, 13 Dez (AIM) – A Empresa Municipal dos Transportes Públicos de Maputo anunciou esta sexta-feira (13), que 47 mulheres seleccionadas, com carta de condução simples, vão beneficiar de igual número de cartas de condução profissional do serviço público, sendo 21 da cidade de Maputo, Matola (22), Marracuene (3) e Boane (1).
A iniciativa visa reduzir a enorme disparidade de género, tendo um estudo estatístico revelado que 89,9% dos motoristas de transportes públicos são homens e 10,1% são mulheres.
O director nacional dos Transportes e Segurança do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) referiu que, o Programa Piloto de Mulheres Motoristas dos Transportes Públicos Urbanos de Passageiros (ToT-B) também visa essencialmente responder os principais desafios da mobilidade urbana na área metropolitana de Maputo.
“Nesta primeira fase da implementação do Projecto de Mobilidade Urbana na Área Metropolitana de Maputo (MOVE Maputo) constatámos a ausência de mulheres na actividade de motoristas, sendo Moçambique um dos 14 países que alcançou a paridade”, disse.
Andela acrescentou ainda que, “os dados estatísticos também nos mostram que maior parte da população moçambicana são mulheres e, tradicionalmente as funções de motoristas são exercidas pelos homens”.
Entretanto, Andela espera que em 8 meses, estas mulheres atinjam o nível de Serviço Público, para de facto concorrerem em pé de igualdade com os homens a nível do projecto que será acoplado ao serviço BRT (Transporte Rápido por Autocarros).
No decurso da formação, as beneficiárias também terão subsídio e estágio para garantir que concluam a formação sem sobressaltos.
Andela entende ainda que, “o estigma e a segurança rodoviária são ainda desafios deste processo de formação, contudo, esperamos ver melhorada a circulação rodoviária, a cordialidade e, que desta forma possam influenciar outras mulheres a abraçarem a carreira de motoristas”.
Por seu turno, o responsável da Escola de Condução da EMTPM, Amisse Ramide, apontou os principais desafios do Programa Piloto de Mulheres Motoristas dos Transportes Públicos.
Destacou a falta de oportunidades para demonstrar resiliência, adaptabilidade, capacidade de aprender e crescer a partir de situações adversas e, enfrentar o conflito relacionado com o género no transporte.
Já a gestora do Programa de Formação de Mulheres Motoristas dos Transportes Públicos, Safiana Pinto explicou que o programa foi desenvolvido a fim de capacitar as mulheres, para que sejam mais interventivas neste campo masculinizado.
Por isso, disse a fonte, “esta formação vai lhes conferir habilidades para trabalharem com os Serviços Públicos e que elas aproveitem estas oportunidades e, quiçá, sejam absorvidas no recrutamento da mão-de-obra do serviço BRT, que será introduzida com o projecto MOVE, que vai incluir os municípios de Maputo”.
Por seu turno, a representante das mulheres beneficiárias reconhece que, trabalhar com transportes públicos não será uma tarefa fácil, mas “esperamos a aceitação por parte da sociedade, porque estamos eufóricas pela oportunidade concedida”.
O Programa Piloto de Mulheres Motoristas dos Transportes Públicos está orçado em 800 mil dólares, dos quais 200 mil dólares na fase inicial e a sua implementação terá início na primeira quinzena de Janeiro de 2025, com a duração de 8 meses.
Na ocasião, também foram entregues certificados de formação de formadores da Operação dos Transportes Públicos Urbanos de Passageiros (ToT-B).
(AIM)
NL/sg