
Cerimónia de Assinatura do Contrato de Doação Médicos com África (CUAMM). Foto de Carlos Júnior
Maputo, 31 Jan (AIM) – O governo japonês vai financiar a implementação do Projecto de Expansão das Salas de Cuidados da Mãe Canguru no Departamento de Neonatologia do Hospital Provincial de Tete, uma iniciativa que visa reduzir o número de mortes neonatais devido à prematuridade.
O referido projecto, orçado em 57.550 USD, será implementado a partir de Fevereiro pela organização Doctors With Africa (Médicos com África, CUAAM), e vai contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde, prevenção e controlo de infecções na Unidade de Neonatologia do Hospital Provincial de Tete.
“O projecto irá proporcionar um ambiente obstétrico higiénico no Hospital Provincial de Tete, aumentando o número de salas de cuidados canguru, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços ginecológicos na região”, disse esta sexta-feira (31), em Maputo, o Conselheiro da Embaixada do Japão acreditado em Moçambique, Taira Iwasaki, durante a cerimónia de assinatura do contrato para a implementação do Projecto.
Iwasaki referiu que, “a decisão de financiar o projecto tem a ver com o facto de o serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital Provincial de Tete não estar equipado para prestar cuidados adequados às mães pós-natais e aos recém-nascidos”.
Por isso, o governo Japonês, através do CUAAM, espera que o projecto melhore os serviços de saúde em Tete, e salve o maior número possível de vidas de recém-nascidos.
Importa lembrar que, o CUAMM presta vários tipos de apoio ao sector da saúde em Moçambique, incluindo assistência técnica ao Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Provincial de Tete, como o fornecimento de material e equipamento para cuidados a recém-nascidos e a formação de pessoal de saúde em obstetrícia e medicina de emergência neonatal.
Iwasaki disse reconhecer a importância de o governo do japão prestar assistência sanitária a Moçambique, por isso vai continuar a apoiar o país ao nível das comunidades locais, bem como ao nível nacional.
Por seu turno, a representante de Moçambique, do CUAAM, Giorgia Gelfi, disse que, “o projecto vai dar oportunidade de as crianças nascidas prematuras, com peso inferior a 2,5 kg, de sobreviverem, porque o Método Canguru ajuda ao recém-nascido prematuro ou de baixo peso a crescer até atingir o peso normal porque envolve o contacto pele a pele entre este e a mãe, para que a temperatura da criança não mude facilmente e garante o aleitamento materno por tempo maior”.
Importa acrescentar que, o Método Canguru, além de estimular o aleitamento materno, favorece o vínculo mãe-filho, diminui o tempo de separação e favorece um melhor desenvolvimento neuro comportamental e psicoafectivo do recém-nascido de baixo peso.
O apoio do Governo do Japão chega numa altura em que a taxa de mortalidade neonatal (crianças menores de 28 dias) em Moçambique, reduziu quase pela metade, de 54 óbitos por mil nados vivos em 1997, para 24 em 2023, segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) 2022-2023.
(AIM)
NL/sg