
Bebe recém-nascido, em Moçambique. Imagem UNFPA
Maputo, 18 Nov (AIM) – O Serviço de Neonatologia do Hospital Central de Maputo (HCM) anunciou esta segunda-feira (18) o nascimento de 1.150 bebés prematuros no presente ano, cifra que corresponde a 35,6%, e uma média de 95 bebés por dia.
A desinformação é apontada como a principal causa da prematuridade no país. A cifra não regista uma variação significativa quando comparado com igual período de 2023.
A informação foi partilhada esta segunda-feira (18), em Maputo, pelo director Clínico do Hospital Central de Maputo, António da Costa, durante a cerimónia realizada no HCM, alusiva ao Dia Mundial da Prematuridade, que se assinalou no domingo, sob o lema, “acesso aos cuidados maternos neonatais de qualidade em todos os lugares”.
Apontou várias causas para a elevada taxa de prematuridade, particularmente falta de informação das gestantes sobre os cuidados a ter em conta desde o primeiro dia de gestação.
“Uma das principais razões é a gravidez precoce. A falta de conhecimento contribui para que as crianças engravidem cedo e, por não estarem preparadas em termos fisiológicos não conseguem manter a gravidez”.
Apontou ainda algumas doenças responsáveis pelos nascimentos prematuros, nomeadamente a hipertensão arterial, que tem afectado principalmente os jovens, bem como infecções urinárias.
Importa realçar que, para fazer face ao desafio da prematuridade, o HCM tenciona ampliar os serviços de neonatologia para aumentar a capacidade de resposta face a crescente demanda.
“Estamos com um projecto de construção de uma Unidade de Neonatologia, porque um dos grandes desafios é a fraca capacidade de prover os serviços, sendo apenas 24 leitos disponíveis para mais de 60 necessários”.
Por seu turno, a directora do Serviço de Neonatologia no HCM, Joyce Monteiro, anunciou que, “a prematuridade é a principal causa de internamento anual de 1.150 bebés, cerca de 95 bebés por dia que nascem abaixo de 37 semanas e, em casos extremos abaixo de 28 semanas”.
Monteiro explicou que a mortalidade nos bebés prematuros abaixo de 37 semanas difere da mortalidade prematura extrema abaixo de 28 semanas, esta última traz consigo sequelas auditivas, visuais, atraso no desenvolvimento, dentre outras.
“A mortalidade de bebés prematuros extremos chega a 85%, devido à gravidez precoce, o baixo nível de educação, a anemia, a malária e a hipertensão arterial”.
Monteiro referiu ainda que, a prematuridade extrema diminuiu nos últimos cinco anos, de 2018 até o presente ano, de 53% para 43%.
Por isso, Monteiro considera os cuidados neonatais desde o nível primário ao nível especializado, necessários para colmatar estas sequelas.
A AIM ouviu Sheila Chião, mãe de Nisha Maiamo, que também teve um nascimento prematuro.
“A milha filha nasceu com 32 semanas e apenas 1,380 quilos, tendo sido na sequência internada e submetida a cuidados intensivos durante um mês devido a uma hemorragia interna. Hoje, a menina goza de boa saúde e sem sequelas”, disse.
(AIM)
NL/sg