
Ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume
Maputo, 05 Fev (AIM) – O ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, considera ser necessário maximizar as sinergias de cooperação bilateral e multilateral entre os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Falando por ocasião da tomada de posse do coronel João Pires, como novo director do Centro de Análises Estratégicas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CAE-CPLP), Chume apelou a uma responsabilidade primária e atenção à actualidade, sobretudo nas mudanças repentinas da situação política, económica e de segurança no ambiente estratégico interno e internacional.
Por isso, o ministro confere uma maior responsabilidade estratégica ao Centro de Análise Estratégica (CAE) para a viabilização deste desiderato.
Para o efeito, Chume espera “uma realização permanente de reflexões de natureza estratégica, com a finalidade de produzir estudos especializados que subsidiem a análise de questões internacionais e as implicações político-militares, no contexto regional dos países da nossa comunidade”.
O ministro referia-se aos actos de vandalismo perpetrados pelos manifestantes convocados pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que repudia os resultados das VII eleições gerais ocorridas a 09 de Outubro último.
Durante as manifestações, os apoiantes de Venâncio Mondlane lincharam 17 polícias da República de Moçambique, provocando mais de 300 mortes, bem como a destruição completa de infraestruturas públicas e privadas, incluindo esquadras, escolas, unidades hospitalares, lojas, bem com o saque de viaturas.
“As lições, por aprofundar, da resposta das Forças de Defesa e Segurança face aos actos de rua assistidos devem servir para melhorar reformas profundas não só no âmbito da Política de Defesa e Segurança, mas, certamente do sector de segurança como um todo, desde a necessidade de formação para acompanhar a evolução meteórica da sociedade, hoje cada vez mais exposta às redes sociais”, disse.
Destacou a necessidade de se apostar num investimento público no equipamento para atender a atipicidade das ameaças e riscos da actualidade.
Chume reconhece a exposição das Forças de Defesa e Segurança ao sufrágio popular, apelando à não prevalência do discurso de egoísmo quando se trata de segurança colectiva.
“Este cenário vivido no nosso país não é novo na nossa Comunidade. Neste contexto o CAE-CPLP deve combinar as diferentes leituras dos riscos e ameaças desta natureza, que propiciam os Serviços de Segurança Interna, Segurança de Estado e Forças Armadas a aprenderem entre elas sobre as melhores formas de prevenir, conter e até combater violência de rua e nas redes sociais resultante de eventos políticos e sociais nefastas à Unidade do Estado”, afirmou.
Por seu turno, coronel Pires comprometeu-se a dar tudo de si em prol do bom nome da CAE-CPLP, assegurando que os actuais desafios que maior parte dos países da Comunidade enfrenta serão tratados com rigor, no Centro.
“O momento não deve ser de festa, mas sim de elevada responsabilidade e espero que no fim da missão possamos celebrar todos juntos”, disse Pires, que tem 38 anos de serviço efectivo nas Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Pires é o 6º director desde a criação do CAE CPLP em Maio de 2002.
O Centro é responsável pela pesquisa, estudo e difusão de conhecimentos, no domínio da Estratégia, com interesse para os objectivos da Comunidade.
Testemunhou o evento o ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Dionízio Cabi, embaixadores dos Estados-Membros da CPLP.
(AIM)
Ac/sg