
Tropas ruandesas
Maputo, 05 Fev (AIM) – O ministro da Defesa, Cristóvão Chume, confirma o refrescamento de militares das Forças de Defesa do Ruanda (TSF, sigla em inglês) afectos nos distritos que há meses haviam sido assolados pelos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
“Confirmo sim que os efectivos que estiveram cá no início da Missão [Militar] do Ruanda em Moçambique sempre tiveram momento de troca, digamos assim, numa linguagem comum”, disse.
Chume falava num breve contacto estabelecido com a imprensa, minutos após a cerimónia de tomada de posse do novo director do Centro de Análises Estratégicos (CAE) da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) acto que teve lugar hoje em Maputo.
Esta foi a resposta do governante quando questionado pela imprensa sobre o envio de um novo contingente para reforçar as FDR que em conjunto com as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas (FDS) combatem os terroristas em Cabo Delgado.
Há cerca de uma semana que órgãos de comunicação social internacional veicularam informações segundo as quais as TSF vão enviar um novo contingente para apoiar o combate aos terroristas em Cabo Delgado.
Os jornais electrónicos citam o ministro da Defesa do Ruanda, o major-general Wilson Gumisiriza, comandante da Divisão de Infantaria Mecanizada das RSF que se despediu quinta-feira (30) do contingente das RSF “antes do seu envio para a província de Cabo Delgado”.
Esta mobilização das RSF coincide com incursões dos terroristas em Cabo Delgado, com registo de crianças raptadas, em Mocímboa da Praia, segundo fontes locais citadas pelos órgãos.
“De modo geral não tenho conhecimento, e não temos nenhuma informação por parte ruandesa, e nunca solicitamos o envio de mais efectivos, como sabem, nós estamos a trabalhar com eles e com outros países no terreno”, afirmou.
Os ataques terroristas reduziram drasticamente, chegando a ocorrer de forma esporádica e em locais isolados, sendo que há vários meses que não se assistia a nenhum ataque.
O ministro acredita que casos como crimes de raptos de menores, incluindo raparigas, decapitação de cidadãos indefesos, poderão ocorrer porque as FDS não estarão em condições de, a tempo, estarem no local do crime, para prevenir.
O último ataque teve lugar na semana finda, na aldeia de Nicocue, posto administrativo de Mirate, distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, quando um grupo de terroristas islâmicos incendiou casas e saqueou vários produtos alimentares.
A aldeia de Nicocue fica a cerca de 45 quilómetros de Montepuez.
Desde Outubro de 2017 que alguns distritos de Cabo Delgado estavam mergulhados em terrorismo que fez centenas de mortes e mais de mil deslocados.
(AIM)
Ac/sg