
Chimoio (Moçambique) 21 Fev (AIM) – O ministro dos transportes e logística de Moçambique, João Matlombe manifestou esta seta feira (21), o seu desagrado com funcionamento da fronteira de Machipanda, localizada no distrito de Manica, na província do mesmo nome, centro de Moçambique.
A fronteira de Machipanda funciona sem água e com frequentes cortes no fornecimento de energia eléctrica.
Também faltam de computadores e balneários públicos, bem como outros requisitos para garantir o funcionamento normal daquela infra-estrutura que liga Moçambique e Zimbabwe, por via terrestre.
A fronteira tem cancelas obsoletas e há constantes cortes de energia eléctrica, um problema que condiciona o trabalho de registo de passageiros, entre outras actividades normais desenvolvidas na fronteira.
Acresce ainda a falta de balneários para os utentes da fronteira e os funcionários. Há vezes que os passageiros recorrem às matas para satisfazer as suas necessidades biológicas.
“Todos somos responsáveis para melhorar o funcionamento desta fronteira. Não se explica que ela funcione sem água e nem energia. A energia que encontramos aqui percebemos que só criaram condições porque sabiam que vinha uma visita. Não podemos continuar a funcionar assim “, disse o ministro moçambicano dos Transportes e Logística, João Matlombe, visivelmente agastado.
Matlombe que esta sexta-feira visitou a Estrada Nacional numero seis (EN6) até Machipanda, afirmou ser necessário que se criem condições para que estejam asseguradas todas as condições para atendimento de pessoas que atravessam de e para Moçambique através Fronteira de Machipanda.
“Aqui está claro que isto que estamos a ver que tentaram criar condições mínimas porque sabiam que teriam uma visita. Se sairmos daqui, acreditamos que antes das 14 ou 15 horas, o funcionamento será aquele de sempre em que tudo é feito de forma improvisada. Mas isso não deveria ser assim. Vamos melhorar a qualidade de energia e outras condições para o bom funcionamento desta infra-estrutura” sublinhou.
Referiu que nas condições actuais é estranho que queiram receitas, sobretudo enquanto não houver equipamentos, particularmente computadores.
Aliás, disse o ministro os funcionários não podem ir ao local de trabalho como se estivessem a fazer um sacrifício. ªVamos assumir que a fronteira não está bem e deverá ser melhorada”.
“Essa é uma realidade que constatamos aqui na fronteira de Machipanda. Não podemos fazer improvisos quando sabemos que vem uma visita. Deixem as coisas como elas estão normalmente para melhor identificarmos os problemas e as possíveis soluções”.
Segundo o governante, a fronteira é um cartão postal e qualquer cidadão que entra para o nosso país não pode encontrar uma infra-estrutura sem balneários ou outras condições básicas.
“Isso não pode ser normal. Há coisas que não têm explicação. Somos estranhos em muitas coisas. Aqui acontecem coisas que não vemos noutros países. Queremos receitas e não criamos condições para arrecadarmos essas receitas. Vamos lutar para termos serviços sociais condignos. Quem capta dinheiro e não consegue melhorar as condições, isso não pode ser normal”, disse.
“Há muita coisa anormal. Devemos começar a sentar e pensar como moçambicanos. O Estado deve tentar inverter este cenário. Vimos que as alfândegas têm energia eléctrica alternativa quando não têm corrente de rede nacional. Mas a migração não tem energia eléctrica estando todos no mesmo edifício de trabalho. Isso não tem explicação. Devemos ter vergonha disso. Estamos aqui para trabalharmos juntos”.
A fronteira de Machipanda é a segunda maior do país, depois de Ressano Garcia, localizado na província de Maputo, sul de Moçambique.
Diariamente atravessam mais de 500 camiões de longo curso nos dois sentidos, Moçambique e Zimbabwe através do corredor da Beira.
Os veículos de longo curso transportam diversas mercadorias a partir do porto da Beira para Zimbabwe, Botswana, República Democrática do Congo, entre outros países do interior.
Durante a visita de dois dias a província de Manica, esta sexta-feira, na fronteira de Machipanda, o ministro dos transportes e logística também reuniu com funcionários da migração, alfândegas, Administração Nacional de Estradas (ANE), Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATRO), Aeroportos de Moçambique e parceiros.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/sg