
Maputo, 21 Fev (AIM) – A fixação de preços de combustíveis não depende exclusivamente da vontade do governo moçambicano, pois existe um conjunto de factores a ter em conta, particularmente a oscilação no mercado internacional.
Esta é a explicação do governo para a ligeira redução dos preços de combustíveis anunciada na quarta-feira última.
Por isso, falando em conferência de imprensa havida hoje em Maputo, o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, explicou que o resultado alcançado da actualização dos preços dos combustíveis deve ser visto sobre o seu impacto na economia de escala.
“Deve-se compreender que a questão da definição de preços [de combustível] não observa apenas a factores internos, portanto, ao nosso país, eles observam um condicionalismo inclusive internacional”, disse Impissa, que também é ministro da Administração Estatal e Função Pública.
Entretanto, a redução provocou a ira dos cidadãos que exigem uma redução mais significativa e, para o efeito, colocaram barricadas na Estrada Nacional Número 1 (EN1) que dá acesso a cidade de Maputo, capital moçambicana nos últimos dois dias.
Assim, a partir das 00h00 (hora de Moçambique) de quinta-feira, a gasolina passou a custar 85,82 meticais o litro, uma queda de 0,49 por cento.
Os manifestantes afirmam que a redução de 0,43 meticais (um dólar equivale a 63 meticais, ao câmbio corrente) no litro de gasolina é insignificante.
O preço anterior era de 86,25 meticais o litro.
O gasóleo diminuiu de 91,23 meticais o litro, para 86,79 meticais o litro, que corresponde a 4,86 por cento.
O petróleo de iluminação registou uma redução de 19,19 por cento, tendo passado de 85,82 meticais o litro, para 69,35 meticais o litro.
O Executivo decidiu manter o custo actual do gás de cozinha, nos 86,05 meticais o quilo.
O petróleo de iluminação é o combustível que regista a maior variação negativa de 19,19 por cento, seguido pelo diesel (gasóleo) com 4,86 por cento.
Nos últimos meses, os manifestantes exigem uma redução custo de vida, incluindo preços dos produtos básicos de consumo, electrificação das suas regiões e povoações.
“Os resultados que conseguimos com esta actualização em baixa dos combustíveis é de facto significativa, sob o ponto de vista de produção de escala; então, manifestar, mais uma vez, como fizemos referência, não é uma forma melhor de encontrar soluções”, disse.
Impissa explicou aos transportadores semicolectivos de passageiros que o governo está a procura de medidas mais sustentáveis para aliviar o custo de vida, pois as manifestações populares, sobretudo as violentas, apenas causam um retrocesso na economia do país.
Por isso, apela aos transportadores a pautarem pela educação da população para que saibam prestar um serviço público condigno.
(AIM)
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