
Ministro da Saude, Ussene Isse. Ministro da Saude. Foto arquivo
Maputo, 05 Mar (AIM) – O ministro moçambicano da Saúde, Ussene Isse, anunciou esta quarta-feira (05) a criação de uma comissão de inquérito para averiguar os alegados casos de mau atendimento, desaparecimento de recém-nascidos na maternidade e outras irregularidades no Hospital Provincial da Matola (HPM).
O titular da pasta de saúde anunciou o facto na Matola, província de Maputo, durante uma visita que efectuou à aquela unidade sanitária para aferir o nível de funcionamento.
Ussene Isse mostrou-se cauteloso sobre a matéria, tendo em consideração as denúncias populares sobre o mau atendimento neste hospital de referência na província de Maputo.
“Eu sou muito cauteloso em relação a este assunto, porque apesar desta beleza que eu encontrei hoje, há algumas queixas que têm chegado a nós deste hospital ligadas ao mau atendimento. Há mau atendimento, também há desaparecimento de crianças e tudo mais. Como vê, a minha equipa de hoje é acompanhada pelo Inspector-geral da Saúde para poder dar continuidade e monitorar estas queixas da população”, disse.
“Tudo o que vem da população, que são queixas, nós temos que dar valor, temos que compreender, temos que respeitar. Daí que há uma equipa que está criada, em coordenação com os colegas da província, para podermos trabalhar, monitorar e termos evidência daquilo que está a acontecer para, na sede de decisão, termos evidência para podermos avançar”, acrescentou.
O governante visitou alguns serviços do HPM e ficou impressionado com alguns aspectos, particularmente a higiene e o envolvimento no trabalho dos profissionais de saúde.
“Eu vim visitar este hospital porque, como sabem, no plano dos 100 dias de governação do Ministério da Saúde (MISAU), há uma actividade de extrema importância que é a nossa maneira de governação, que é a questão da humanização, o atendimento nos nossos hospitais, a disponibilidade de medicamentos e a ligação do hospital com a comunidade”, avançou.
“Então eu vim para monitorar esta actividade de extrema importância. Por aquilo que eu vi aqui no hospital, sob ponto de vista da higiene, da limpeza, da organização, de arrumação, do atendimento gostei. Por isso, saio daqui feliz, porque vi este movimento dos colegas, da sua entrega, da sua dedicação, e isso me orgulha”.
O Ministro recomendou para que os partos sejam mais humanizados naquela unidade hospitalar de forma a reduzir casos de violência obstétrica.
“O que eu recomendei aos colegas da maternidade é que temos que voltar a resgatar aquilo que sempre fizemos no sector, que é cada parturiente ter uma acompanhante em todo o processo do parto na maternidade”, disse.
“É uma recomendação para todo o país, não é só para este hospital, é que o parto deverá ser humanizado e o parto humanizado pressupõe que haja um familiar idóneo a acompanhar a parturiente durante todo o processo”, ordenou”, acrescentou
Isse deixou claro que ninguém deve pagar pelo parto e que há canais de denúncias, de cobranças ilícitas.
Outro aspecto importante na maternidade e no banco de socorros é a existência de um gabinete do utente, uma plataforma importante de comunicação entre os utentes e a direcção do hospital.
O Ministro prometeu fazer visitas surpresas recorrentes, naquela unidade sanitária para garantir melhorias no atendimento aos utentes e no funcionamento.
(AIM)
FG/sg