
Cerimónia de Abertura da Campanha de Pesca. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 14 Mar (AIM) – Os armadores da Associação dos Pescadores Semi-industriais e Artesanais de Arrasto da Baía de Maputo (AMMAPESCAS) queixam-se de alguma fragilidade na fiscalização da actividade na capital moçambicana.
Afirmam que os motivos são conhecidos, razão pela qual decidiram encaminhar a sua preocupação ao sector que superintende as pescas.
A queixa foi apresentada hoje (14), em Maputo, pelo representante da AMMAPESCAS, Fred Miranda, durante a abertura oficial da campanha de pesca 2025 na cidade de Maputo.
“Na época da veda e defeso não há nenhuma fiscalização para todas as embarcações a trabalhar e, por isso, há muito camarão a venda nos mercados em plena cidade de Maputo”, lamentou Miranda.
Acrescentou que “e outro problema, já há dois anos que o Instituto Oceanográfico de Moçambique (INOME) não faz o cruzeiro científico para avaliar o estado do camarão na Baía do Maputo”.
Já o representante da pesca artesanal, Francisco Fernando, manifestou a sua preocupação com a longa duração do período de veda.
“Pedimos a redução do período de defeso e veda do camarão de superfície, uma vez que as alterações climáticas têm comprometido bastante na execução das suas actividades, aliado ao alto custo de vida”, avançou.
Francisco Fernando apontou o pedido de subsídio de combustível para o sector artesanal local; a falta de embarcações para a salvação em situação de naufrágio, entre outras como sendo as principais preocupações que o sector enfrenta.
A fonte reconheceu o esforço do Governo que, de forma persistente, continua a garantir assistência técnica aos pescadores, para que a actividade pesqueira seja praticada com responsabilidade e sustentabilidade.
“É neste contexto que os pescadores artesanais reafirmam o compromisso de continuar a colaborar com o Governo, em especial com o sector de pesca, para que a pesca continue sendo uma actividade de sustento e rentabilidade de muitas famílias e garantindo a segurança alimentar e nutricional da população desta bela cidade, bem como das circunvizinhas”, assegurou.
O chefe do Departamento de Fiscalização do Instituto Nacional do Mar referiu que os casos de pesca ilegal revelam uma redução significativa. “Neste ano de veda que terminou tivemos apenas seis casos de infractores com artes ilegais, pois os pescadores estão a ficar cientes da veda”.
O que compromete a fiscalização é que com o escasso orçamento não é fácil manter uma educação cívica ao nível provincial.
(AIM)
FG/sg