
Embarcações ancoradas no Porto de Pesca de Maputo. Foto arquivo
Maputo, 18 Nov (AIM) – O sector das pescas atingiu uma produção de 372.286 toneladas de pescado, cifra o correspondente a 71% do planificado, anunciou hoje a ministra moçambicana do Mar e Águas do Interior, Lídia Cardoso.
Esta execução representa um crescimento na ordem de 6% quando comparado com igual período do ano transacto.
Lídia Cardoso disse que 95% do pescado provém da pesca artesanal, um sector que envolve 420.398 pessoas.
A pesca ilegal constitui um desafio devido limitações relativas a recursos para o seu controlo
“A pesca ilegal acontece em duas vertentes, aquela que nós vemos nas nossas comunidades a fazerem com uso de redes nocivas, portanto, que danificam o ecossistema marinho e fazem a captura de recursos em fase embrionária. Temos aquela pesca ilegal que nós conhecemos de grande dimensão que ocorre em vários países do mundo e temos dificuldades de fazer o controlo “, disse.
O executivo tem estado a fazer a fiscalização da pesca ilegal que acontece na costa moçambicana.
Sobre aquacultura, disse que nos últimos tempos está área tem estado a oferecer muitas oportunidades e esta ter muita aderência nas províncias.
Neste momento estão envolvidos em projectos de aquacultura no país um total de 23.305 pessoas.
O país tem actualmente 3.479 aquicultores no país, tendo em conta a implementação de vários programas para que as pessoas adiram a aquacultura.
Lídia Cardoso, falava hoje (18), no quadro da interdição no território nacional do período de veda de camarão e caranguejo do mangal bem como do lançamento oficial da semana de pesca, alusivo ao “Dia Mundial da Pesca”, que se assinala na próxima quinta-feira.
Quanto ao período de veda e defeso, ressalvou que a interdição visa a recuperação, manutenção, garantia da exploração sustentável e permite que às fêmeas desovem e façam sua reprodução natural.
O camarão de superfície no país encontra-se no banco de Sofala, baía de Maputo, foz do rio Limpopo e no distrito de Govuro.
O período de veda e defeso no banco de Sofala iniciou no dia 15 de Novembro corrente e estende-se até Março de 2025.
Neste local a captura é efectuada através da frota industrial, semi-industrial e artesanal.
Quanto ao caranguejo do mangal, o período de veda e defeso iniciou na primeira quinzena de Novembro e vai até Janeiro próximo.
“A veda de polvo nas províncias de Inhambane, Nampula e Cabo Delgado, iniciará em Janeiro de 2025 e irá até Fevereiro”, referiu a governante.
A ministra fez saber que no período de veda e defeso, os pescadores estão autorizados a efectuarem a captura de outro tipo de pescado, citando o exemplo o atum, lagosta, polvo e kapenta.
Para as celebrações alusivas ao Dia Mundial da Pesca, o Ministério do Mar e Águas do Interior levará a cabo várias actividades culturais, nomeadamente, actividades náuticas (canoagem e natação), espectáculos musicais, teatro, palestras de consciencialização para pesca sustentável entre outros.
Cardoso acrescenta que com a promoção destas actividades culturais, o governo pretende que seja desenvolvida uma pesca responsável e sustentável, mobilização dos pescadores artesanais a cumprir deveres de cidadania formalizando esta actividade por meio de registo, pagamento de impostos, taxas e inserção no Sistema de Segurança Social.
“Esperamos a partilha de oportunidades de registo do negócio em toda cadeia de valor da pesca e aquacultura, mobilizar a sociedade no combate a pesca ilegal, poluição marinha e corte ilegal do mangal”, disse Cardoso.
“Ficam interditos de algum transporte, manipular, processar ou vender novos lotes de camarão de superfície e caranguejo do Mangal”, disse Cardoso.
Em 2023 foram capturadas 7.150 toneladas de camarão de superfície contra 5.000 do presente ano.
Já a captura do Mangal no presente ano foi de 6,100 toneladas contra 7,150 do ano transacto.
A redução da quantidade de captura do camarão deve-se ao esforço do executivo na observância do período de defeso e veda para permitir melhor crescimento destes mariscos.
(AIM)
MR/sg