
Topuito (Moçambique), 21 Mar (AIM) – O governador da província de Nampula, Eduardo Abdula, advoga uma maior clareza nos contratos que Moçambique rubrica com as mineradoras que exploram recursos minerais, bem como maior uma intervenção e coordenação nas acções de responsabilidade social.
Abdula teceu estas considerações no final de uma visita, esta quinta-feira, à planta da mineradora irlandesa KENMARE, em Topuito, a sua sede operacional, no litoral sul da província de Nampula, onde, desde 2007, opera nas zonas Namalope e Pilivi, nos distritos de Larde e Moma, respectivamente.
A KENMARE é a maior fornecedora mundial de ilmenite e a terceira de titânio, importante recurso para a indústria aeronáutica, e tem como principais destinos a China, Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita.
“Na época em que foram assinados os contratos estavam certos, mas, de ora em diante, o que queremos, principalmente, e o no âmbito da responsabilidade social, é que seja envolvido não só o governo como também as comunidades. Temos que previamente planificar e ser em função daquilo que são as necessidades destas e do distrito no seu todo, isso é importante. Estamos satisfeitos, mas queremos mais”, detalhou.
Sobre o controverso caso da construção de uma ponte que ligue Topuito e Larde, a sede do distrito, o governador não avançou datas específicas, mas mantém a esperança de que tal facto seja concretizado o mais cedo que tarde.
“Tenho a esperança de que este ano possamos lançar a primeira pedra, tudo farei, estou à espera da aprovação do contrato pelo Conselho de Ministros para começar a conversar com a empresa. Como ouviram, a Kenmare tinha disponibilizado três milhões de dólares norte-americanos, mas vamos negociar para que esse valor possa subir ate os cinco”, referiu.
O director-geral da KENMARE, em Moçambique, Gareth Clifton, informou que esta multinacional contribui com cinco por cento das exportações do país.
“Somos o maior fornecedor mundial de ilmenite e o terceiro no mundo no fornecimento de óxidos de titânio. Os nossos principais produtos são o ilmenite, zircão e rutilo. Estamos há 35 anos em Moçambique e há 17 a operar a mina de Moma. Temos recursos suficientes para produzir por mais de 100 anos”, explicou.
Acrescentou que “as nossas comunidades hospedeiras são nossos parceiros – nosso investimento social faz parte da forma como conduzimos nosso negócio, em média 3.5 milhões de dólares”.
A KENMARE aguarda a aprovação, pelo governo central, da nova fase de exploração de minérios, com um investimento previsto de 340 milhões de dólares norte-americanos.
(AIM)
Rosa Inguane(RI)/dt