
Presidente moçambicano, Daniel Chapo (direita), e homólogo do Botswana, Duma Boko, visitam porto de Nacala, província de Nampula
Nacala, (Moçambique), 29 Mar (AIM) – Moçambique e Botswana apostam num maior engajamento bilateral e regional nas relações iminentemente com pendor económico e a conclusão dos acordos assinados com destaque para as conexões ferro-portuárias, petrolíferas e turismo integrado.
Estas apreciações foram partilhadas à imprensa pelos presidentes de ambos países, esta sexta-feira em Nacala, na nortenha província e Nampula, pelo visitante Duma Boko e o anfitrião Daniel Chapo.
O estadista tswana, que efectua uma visita de três dias a Moçambique, deslocou-se ao porto de Nacala onde teve a oportunidade de conferir as suas características únicas que o tornam o maior natural de águas profundas da costa oriental de África.
Duma Boko ficou impressionado com a magnitude do porto localizado na extremidade sul da baía de Bengo, com um canal de acesso de 800 metros de largura, 60 metros de profundidade, que criam, por isso, condições excepcionais de navegabilidade permitindo a entrada e saída de barcos 24 horas por dia.
Boko lembrou as relações históricas que ligam os dois países ,há várias décadas, anotando que os actuais líderes, uma nova geração, devem trabalhar para o alcance da independência económica, sendo este factor um dos aditivos principais para o estreitamento da cooperação entre Moçambique e Botswana.
“Estamos a desenvolver infra-estruturas e corredores que ligam os dois países. Do lado do Botswana estamos a construir linhas férreas e infra-estruturas ferroviárias de classe mundial e eficiente para alavancar a indústria, negócios e a economia. Com Moçambique, estamos a focar a nossa atenção colectiva para assegurar que a linha férrea tenha a mesma qualidade nos três países e o necessário investimento para que os negócios fluam normalmente”, destacou.
Afirmou que prevalece o interesse no negócio entre as petrolíferas dos dois países e urge trabalhar nesse sentido.
O visitante considerou uma vantagem as ligações ferroviárias entre os dois países, mas defendeu que seja agregada a o transporte aéreo uma vez que entre as capitais Gaberone e Maputo o tempo de voo não excede os 55 minutos, o que pode ser um forte atractivo para o turismo.
Acenou para a áreas da indústria alimentar, sendo que Moçambique, rico em fauna marinha e Botswana em gado, podem partilhar essas vantagens com o envolvimento do sector empresarial privado.
“Temos muito trabalho para fazer absolutamente necessário e viável para os dois países. Os dois presidentes devem concluir com urgência estas tarefas, estamos prontos e temos razões e confiança sobre a responsabilidade de liderar”.
Concluiu afirmando “tivemos boas conversações e estamos interessados em alargar a cooperação e manter contactos permanentes para concluir este projectos o mais rapidamente possível e com o envolvimento do sector empresarial privado dos dois países que podem contribuir para o desenvolvimento”, concluiu.
Já o chefe do Estado moçambicano dividiu em quatro pontos as áreas que mereceram discussão com o seu homólogo tswana, com enfoque para infra-estruturas, com projectos assinados entre Moçambique e o Botswana e que incluem o Zimbabwe.
“É do conhecimento que entre Moçambique, Zimbabwe e Botswana já existe um acordo para o desenvolvimento da linha do Limpopo que liga estes três países. Há um troço no Zimbabwe que precisa de reparação e para a viabilização da linha fizemos referência de quanto era importante para desenvolver este projecto”, especificou.
Segundo Chapo, existe igualmente um acordo tripartido para o desenvolvimento do porto de Techobanine e que a responsabilidade das actuais lideranças é dar continuidade ao projecto que considerou de muito importante para Moçambique, Botswana e Zimbabwe.
“É nossa responsabilidade este acordo assinado em 2024 em Maputo. Outro aspecto que abordamos está relacionado com a construção de depósitos de combustíveis no porto de Maputo para aumentar a capacidade de fornecimento ao Botswana”.
Sobre o turismo Chapo anotou que os dois países projectam estabelecer uma parceria para oferecer um pacote conjunto que agrega cinegético, de mar e sol.
“Falamos também de turismo, sabendo que o Botswana é muito forte no de conservação e nós temos as nossas ilhas e a costa. O turista num único pacote, com o envolvimento do sector privado, pode ter turismo de conservação e de praia e sol”, destacou.
Afirmou que a visita do seu homólogo Duma Boko “foi muito produtiva e temos que trabalhar para materializar os projectos em curso e olhar para o futuro, o desenvolvimento dos nossos países, das nossas economias e de África”.
Os dois estadistas também visitaram o Centro de Operações Humanitárias e de Emergência (COHE), da SADC, instalado nas imediações do aeroporto internacional de Nacala.
O presidente do Botswana regressou na tarde de sexta-feira a capital Maputo, para continuar a cumprir a sua agenda de visita a Moçambique.
(AIM)
Rosa Inguane/sg