
Chimoio (Moçambique), 09 Abr (AIM) – Onze pessoas morreram no primeiro trimestre deste ano, vítimas de ataque por crocodilos e picada por serpentes na província de Manica, centro de Moçambique.
O número representa um aumento em dois casos quando comparado com igual período do ano passado.
Os distritos de Tambara, atravessado pelo rio Zambeze, Báruè e vanduzi, por onde passam o rio Púngwè e outros pequenos cursos de água, Machaze, Mossurize, Gondola e Macossa são os que mais apresentam casos de conflito homem e fauna bravia.
Recentemente, um menor de 11 anos de idade (Dércio) foi atacado por um crocodilo nas margens do rio Tembwe, no distrito de Vanduzi, quando se encontrava a tomar banho junto às suas irmãs.
O menor escapou à morte graças à intervenção das suas duas irmãs, de 15 e 17 anos de idade, respectivamente, que se lançaram ao rio para socorrer o seu irmão mais novo.
Numa luta com o réptil, estes conseguiram vencer. Todavia, as duas irmãs juntamente com Dércio, contraíram ferimentos e foram socorridos para o Hospital Provincial de Chimoio (HCP).
O director clínico daquela que é a maior unidade sanitária da província de Manica, Juvenal Chitovele, referiu, terça-feira, que as duas irmãs do menor já tiveram alta hospitalar, enquanto o pequeno Dércio ainda permanece internado a receber cuidados médicos.
Chitovele explicou que o menino de 11 anos de idade encontra-se fora do perigo de vida. Todavia, permanecerá internado no HPC para consolidar as fracturas e tratamento das feridas contraídas durante o ataque pelo crocodilo.
“As duas irmãs, que também chegaram a esta unidade sanitária com ferimentos, já tiveram alta. A vítima de 11 anos de idade, que esteve mesmo na boca do crocodilo, ainda está internada. Ela tem ferimentos, mas está fora do perigo de vida. Está em recuperação e achamos que deverá permanecer por mais tempo aqui no hospital para cuidados médicos”, contou.
Entretanto, o director provincial do Desenvolvimento Territorial e Ambiente, em Manica, Rafael Manjate, disse que a recolha de ovos de crocodilos nas margens dos rios pode ser uma das principais estratégias para evitar a multiplicação massiva desta espécie que, por vezes, tem constituído um perigo para a população.
“Este ano, só no primeiro trimestre temos o registo de 11 óbitos. Para nós, é muito se comparado com igual período do ano passado. A diferença é de dois casos. Nestes casos também contamos com as picadas por serpentes. Existem muitas pessoas com membros amputados devido ao conflito homem- fauna bravia. Alguns não têm pernas, enquanto outros perderam os braços. Em Báruè registramos dois casos e em Mossurize um caso. Isso preocupa o governo “, referiu Manjate.
Defendeu ser urgente o controle da situação com a recolha de ovos destes répteis, principalmente os de crocodilos para evitar o desenvolvimento destes animais de forma descontrolada.
Para isso, segundo a fonte, o governo central deverá desenhar uma estratégia concreta para controlar o nascimento excessivo de crocodilos ao longo dos rios.
“É importante que seja feita a recolha dos ovos dos crocodilos. Essa é uma decisão de nível central. Não depende apenas do governo da província de Manica. É preciso que tenhamos uma anuência de nível central para começarmos a trabalhar nas comunidades como forma de reduzir o surgimento destes animais naqueles distritos onde há o registo de muitos casos de conflito homem – fauna bravia”, sublinhou Manjate.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt