
Central Térmica de Temane (CTT) ainda em fase de construção
Maputo, 15 Abr (AIM) – A Central Térmica de Temane, S.A. (CTT), promotora da central a gás de 450MW de ciclo combinado, no distrito de Inhassoro, província meridional de Inhambane, em Moçambique, vai interromper temporariamente as obras de construção devido a um impasse contratual com o empreiteiro.
O contrato celebrado, do tipo “chave na mão”, está a ser executado pela empresa espanhola TSK, que possui experiência e reputação comprovada a nível global.
A consequência imediata do impasse, que até então está a ser resolvido entre as partes, poderá prejudicar os prazos do comissionamento se persistir o impasse.
Aliás, as obras já sofreram adiamentos em 2024 para 2025, por razões fora do controlo dos executores do projecto, designadamente, os ciclones que abalaram o país e a província de Inhambane em particular, onde decorre o projecto.
A informação foi avançada hoje a AIM, pela CTT, promotora do empreendimento orçado em 650 milhões de dólares norte-americanos e apontado como essencial para conectar as diferentes redes eléctricas de Moçambique, ancorando a construção de uma linha de transmissão de circuito único de 400 kV e com uma extensão de 563 quilómetros entre Maputo e Vilanculos.
“A CTT encontra-se a resolver uma situação contratualmente sensível com o seu empreiteiro de Engenharia, Aquisição e Construção (EPC) a empresa TSK. A CTT assegura aos seus parceiros, trabalhadores, partes interessadas e ao público que tomará todas as medidas relevantes para proteger a integridade do Projecto e que está activamente a trabalhar para gerir a situação”, diz executor do projecto.
Em Janeiro deste ano, o gestor do projecto CTT, Eucides Dgedge, assegurou que, o comissionamento deverá iniciar entre o 2º e 3º trimestre de 2025 e a nova data de arranque operacional da planta estava agendada para 2 de Fevereiro de 2026, datas sujeitas a outro adiamento em função da interrupção.
O nível de execução das obras gira em torno de 80 por cento, o que fazia crer que, o comissionamento, testes dos equipamentos instalados e de interligação a rede, não sofreria alteração, factor que poderia permitir que o empreendimento arrancasse com a fase de operação plena entre finais de 2025 e início de 2026 de acordo com o plano actualizado do projecto e as perspectivas do Governo moçambicano.
No entanto, a CTT assegura que as actividades do projecto continuam a ser geridas activamente pela equipa de construção, estando igualmente em curso a implementação de medidas para proteger o cronograma do projecto, salvaguardar as actividades críticas bem como garantir a manutenção do padrão de qualidade, segurança e conformidade.
Os sucessivos adiamentos que se verificam no projecto estão a impactar negativamente o início da operação de outros dois projectos que estão ligados a CTT, nomeadamente a linha de transmissão de energia com uma extensão de mais de 500 quilómetros, denominado TTP (Temane Transmission Project) e o PSA (Acordo de Partilha de Produção).
CTT, é uma parceria público-privada formada pela Globeleq, Electricidade de Moçambique e SASOL, que obteve uma concessão válida por 25 anos, devendo, no final do contrato, transferir-se o activo para o Estado moçambicano.
(AIM)
PC/sg