
Central Térmica de Temane (CTT) ainda em fase de construção
Maputo, 18 Abr (AIM) – O governo moçambicano está a negociar com a Central Térmica de Temane (CTT) a retoma das obras da construção da central térmica de ciclo combinado na província de Inhambane, com uma capacidade para a produção de 450 megawatts.
A Globeleq é a empresa gestora da obra e a Electricidade de Moçambique, outra parceira no projecto. As obras estão actualmente suspensas devido a divergências contratuais entre a CTT e o empreiteiro do projecto.
Neste momento, decorrem negociações entre a Globeleq, a empresa que está a liderar o projecto da Central Térmica de Temane, que também tem a participação da Sasol e da EDM, e o empreiteiro do Projecto a Empresa Espanhola TSK”, revelou.
O facto foi avançado pelo Presidente da República, Daniel Chapo, em conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço da sua visita de trabalho de três dias à Inhambane, que terminou quinta-feira.
Explicou que a paralisação das obras deve-se, entre vários factores, a danificação de equipamento crítico, que já deveria ter sido montado na obra, algo que não aconteceu como consequência da passagem do ciclone Filipo, que devastou Inhambane, em meados de Março de 2024.
“Não é porque há paralisação da obra por vontade da CTT, mas houve um incidente que aconteceu aqui na província de Inhambane, no distrito de Inhassoro, com este ciclone que destruiu parte do equipamento da Central”, disse.
Pelo grau de destruição que o equipamento sofreu, segundo o Chefe do Estado, houve necessidade de encomendar novas turbinas, algo que já está em curso.
Volvidos mais de dois anos, período estabelecido para a implantação da infra-estrutura, o empreiteiro TSK exige a prorrogação do contrato.
“Neste momento, há uma negociação entre a Globeleq, a empresa que está a liderar o projecto, que também tem a participação da Sasol e da EDM, e o empreiteiro do Projecto a Empresa Espanhola TSK”, revelou.
“Neste momento o assunto é esse para terem conhecimento do que está a acontecer”, afirmou.
Orçado em 650 milhões de dólares, acoplado a refinaria de gás de cozinha, a CTT é apontada como essencial para conectar as diferentes redes eléctricas de Moçambique, ancorando a construção de uma linha de transmissão de circuito único de 400 kV e com uma extensão de 563 quilómetros entre Maputo e Vilankulo.
Os adiamentos que se verificam no projecto impactam negativamente o início da operação de outros dois projectos que estão ligados a CTT, nomeadamente a linha de transmissão de energia com uma extensão de mais de 500 quilómetros, denominado TTP (Temane Transmission Project) e o PSA (Acordo de Partilha de Produção).
CTT é uma parceria público-privada formada pela empresa inglesa de energia Globeleq, Electricidade de Moçambique e a petroquímica sul-africana SASOL, que obteve uma concessão válida por 25 anos, devendo, no final do contrato, transferir-se o activo para o Estado moçambicano.
(AIM)
PC/sg