
Portagem de Cumbeza. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 05 Mai (AIM) – O governo moçambicano diz estar a trabalhar com equipas técnicas para responsabilizar os cidadãos que continuam a praticar casos de indisciplina, incluindo vandalização, e incumprimento de pagamento de portagens.
A informação foi avançada hoje, em Maputo, pelo ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe no âmbito da visita efectuada a Rede Viária de Moçambique (REVIMO) e Trans African Concession (TRAC).
“O pagamento da portagem não pode ser negociado. É uma estrada concessionada. É preciso voltar a normalizar o Estado e todos os casos de indisciplina, de incumprimento, nós estamos a registar, as pessoas estão a ser responsabilizadas”, advertiu o ministro.
“Todos os casos volto a repetir, todas as viaturas que passam pela portagem, vandalizam, não pagam, há uma entidade que está a trabalhar, as autoridades foram orientadas a trabalhar para seguir caso a caso e cada um tem que ser responsabilizado”, acrescentou.
O titular da pasta de Transportes e Logística salientou que, se a viatura tem documentos e o automobilista tem carta de condução emitida pelo Estado, o Estado tem mecanismos para poder tomar responsabilidade. “Aquela viatura cometeu infracção, também o Estado tem mecanismos e isso está a ser feito e vamos continuar a fazer”.
A vandalização nas portagens iniciaram com as manifestações a 21 de Outubro de 2024 e a revolta ganhou força após declarações do então candidato presidencial, Venâncio Mondlane, que defendeu a abolição das taxas de portagem para todos os cidadãos.
A REVIMO já tinha anunciado, a 25 de Janeiro último, que retomaria a cobrança de taxas nas portagens no país. Contudo, esse anúncio gerou nova revolta popular, com casos de bloqueio de estradas e vandalização de portagens da REVIMO em vários pontos.
Em 27 de Janeiro, centenas de manifestantes chegaram a ocupar e bloquear os acessos entre a portagem e a ponte que liga a cidade de Maputo ao distrito municipal da Ka Tembe, com o trânsito em ambos os sentidos por automobilistas, em contestação ao pagamento.
Também a sul-africana Trans African Concessions (TRAC), concessionária da estrada EN4, que liga Maputo à cidade sul-africana de Witbank, retomou em 23 de Janeiro a cobrança de portagens, causando igualmente revolta popular.
A retoma causou o bloqueio por manifestantes, em 29 de Janeiro, dos acessos da EN4 a Maputo, com protestos que levaram à vandalização de parte das instalações da TRAC, junto às portagens de Maputo, incluindo a destruição de duas viaturas.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG) /sg