
Centro de Excelência da Universidade Eduardo Mondlane
Maputo, 11 Jun (AIM) A ministra da Educação e Cultura, Samaria Tovela, defendeu nesta quarta-feira (11), em Maputo, a necessidade de expandir os Centros de Excelência como estratégia fundamental para promover o desenvolvimento sustentável em Moçambique e do continente africano.
Segundo a ministra, os Centros de Excelência devem estar cada vez mais alinhados com os desafios concretos da sociedade africana.
“A implementação das acções dos centros deve contribuir para garantir a segurança alimentar e nutricional, a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável do continente africano”, afirmou.
A asserção foi expressa durante a abertura da 19.ª Reunião Técnica de Aconselhamento dos Centros Africanos de Excelência (TAM) e da 25.ª Reunião do Comité Directivo Regional (RSC) do Projecto dos Centros de Excelência de África (ACE II), que decorrem na capital moçambicana, Maputo.
Discursando durante o evento que tinha como objectivo reflectir em conjunto sobre oportunidades, desafios, boas práticas e recomendações estratégicas para o futuro da educação superior na região, a dirigente referiu que os Centros de Excelência podem contribuir na criação de emprego para os jovens, industrialização e a transformação digital necessários na região.
De acordo com Tovela, o continente africano conta actualmente com 29 Centros de Excelência activos, cobrindo áreas estratégicas como educação, agricultura, saúde, energia, engenharia, tecnologias de informação e ciências ambientais. Todos comprometidos com a excelência académica, a relevância social e o impacto regional.
“A sua missão é clara: reforçar a capacidade das nossas instituições de ensino superior para oferecer a formação de pós-graduação de qualidade e investigação aplicada nas áreas prioritárias para o desenvolvimento do nosso continente”, explicou.
Tovela lembrou que Moçambique integrou o projecto em 2016, através do financiamento à Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga e maior instituição de ensino superior do país. Com isso, foram criados dois centros: o Centro de Excelência em Estudos de Engenharia e Petróleo e Gás e o Centro de Excelência em Sistemas Agro-alimentares e Nutrição.
“Estes dois centros, cujo enfoque é a área dos sistemas agro-alimentares e nutrição, a engenharia e tecnologia de petróleo e gás, são de grande importância para o país por responderem aos sectores estratégicos para o crescimento e desenvolvimento de Moçambique”, disse.
Citou como exemplo o Centro Regional de Excelência em Sistemas Agro-alimentares e Nutrição (CE-AFSN) da UEM, que visa contribuir para a transformação dos sistemas agro-alimentares em África através da formação de recursos humanos altamente qualificados e produção de resultados de pesquisa de alta qualidade em áreas relacionadas aos sistemas agro-alimentares e nutrição, análise de políticas agrárias e gestão de riscos agrários e mudanças climáticas.
Refira-se que o Projecto dos Centros de Excelência de África II, foi criado, em 2015, pelo Banco Mundial, em estreita colaboração com os governos de oito países da África Oriental e Austral, e coordenada regionalmente pelo Inter University Council for East Africa (IUCEA).
A governante destacou que um dos grandes desafios actuais é a garantia da sustentabilidade dos Centros na região.
“A garantia da sustentabilidade dos Centros é, sem dúvida, o maior desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade. O nosso dever colectivo é assegurar que o investimento realizado não seja efémero, mas, antes, sirva de alicerce para uma transformação duradoura no ensino superior africano”, disse.
Assegurou que governo moçambicano continuará a criar condições políticas, institucionais e financeiras para garantir que os Centros e universidades prosperem no contexto nacional, regional e global.
Por sua vez, o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Guilherme Júnior, avançou que os dois centros são de extrema relevância na contribuição dos desafios nacionais e do continente africano.
“Ambos os centros estão no processo de crescimento e afirmação nacional e regional para se constituírem como um espaço de inovação, formação avançada e contribuição concreta para os desafios nacionais e regionais. Especialmente num tempo em que as questões da gestão dos recursos naturais e da natureza que têm a ver com as mudanças climáticas ganham uma centralidade cada vez mais forteˮ, disse.
(AIM)
SNN