Nampula (Moçambique), 09 Jul (AIM) – A província de Nampula, a mais populosa de Moçambique, continua a deter a taxa mais elevada de desnutrição, inclusivamente em crianças menores de cinco anos.
As altas taxas de desnutrição estendem-se ainda às províncias de Niassa, Cabo Delgado e Zambézia.
A taxa média nacional de desnutrição crónica situa-se nos 37 por cento, enquanto em Nampula os números apontam para 46.7 por cento, Cabo Delgado, 44.7 e Zambézia 42.7.
Estes indicadores foram divulgados há dias, na cidade de Nampula, na apresentação do relatório definitivo do quarto Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS), cujos dados foram recolhidos entre 27 de Julho de 2022 e 27 de Fevereiro de 2023.
O Inquérito Demográfico de Saúde (IDS), também designado em inglês Demographic Health Surveys (DHS), é implementado em todo o Mundo através do programa IDS (The DHS Program) ao qualMoçambique aderiu em 1996, tendo sido realizados em 1997, 2003, 2011.
O Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS 2022–23) foi implementado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com Ministério da Saúde (MISAU) e o Instituto Nacional de Saúde (INS), e tem cobertura e representatividade nacional, provincial e urbano-rural, nas 11 províncias moçambicanas.
Os dados recolhidos referem-se à provisão de água para beber, saúde materno-infantil, nutrição, malária, HIV-Sida, empoderamento da mulher, violência doméstica e doenças crónicas.
Os resultados definitivos do IDS 2022–23, revelam que Moçambique registou melhorias das condições de saúde da população nos últimos 25 anos.
O IDS em questão concluiu que apopulação de Moçambique é jovem, pois 48 por cento tem menos de 15 anos, sendo que 32 por cento dos agregados são chefiados por mulheres, num número médio de 4.6 membros.
Os dados apurados referem que, em Moçambique, 31 por cento de crianças com menos de cinco anos de idade estão registadas pelas autoridades, sendo o melhor desempenho para a cidade de Maputo com 62 por cento e a província de Nampula, o pior com 25 por cento.
O IDS escreve que, em Moçambique, pelo menos 52 por cento da população tem acesso às fontes de água para beber, sendo que a melhor cifra encontra-se na cidade de Maputo com 99 por cento e os piores indicadores são da Zambézia com 37 por cento e de Nampula com 38 por cento.
Destaque ainda para a saúde da mulher onde 48 por cento aderiu a métodos modernos de planeamento familiar, com a província da Zambézia na cauda com 25 por cento e a província de Maputo, melhor, com 82 por cento.
No que aos partos diz respeito, 68 por cento das mulheres no país tiveram assistência de profissionais nas maternidades.
O inquérito apurou que, no país, a malária teve uma prevalência de 32 por cento, tendo a melhor cifra sido registada na cidade de Maputo, menos de um por cento, e a pior na província de Nampula, com 55 por cento.
O Inquérito Demográfico e de Saúde, em Moçambique, (IDS 2022–23) foi implementado pelo INE e financiado pelo governo de Moçambique, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Banco Mundial, UNICEF, Foreign, Commonwealth & Development Office of the United Kingdom (FCDO), Alto Comissariado do Canadá e GAVI, the Vaccine Alliance.
(AIM)
(Rosa Inguane)/dt