Secretária-Geral da Renamo, Clementina Bomba, em conferência de imprensa.
Maputo, 17 Jul (AIM) ‒ A secretária-geral da Renamo, Clementina Bomba, diz que o partido já está a trabalhar para organizar o Conselho Nacional a fim de restaurar comunhão interna.
Adverte, porém, que o Conselho Nacional carece de poderes para demitir o presidente do partido, Ossufo Momade, antes da realização do congresso desta formação política, a segunda maior da oposição.
Bomba proferiu estas declarações em conferência de imprensa havida na manhã desta quinta-feira, em Maputo, capital moçambicana.
Refira-se que há três dias ex-guerrilheiros da Renamo ameaçaram encerrar “em definitivo” as delegações do partido em todo o país, por ainda não ter sido convocado um Conselho Nacional, pelo que, a secretária-geral do partido pede calma e garante para breve o Conselho Nacional, ainda que sem avançar datas.
“Quero aqui encorajar os delegados provinciais, distritais e a todos os níveis, os quadros da Renamo, membros, simpatizantes e o povo moçambicano em geral, que nós estamos a trabalhar, (…) para a realização do Conselho Nacional. Acredito que têm conhecimento que o Conselho Nacional reúne ordinariamente duas vezes por ano. O Conselho Nacional é o órgão deliberativo do partido no intervalo entre congressos”, disse.
Apesar da realização do Conselho Nacional estar garantida para este ano, segundo avançou Clementina Bomba, a reunião não poderá demitir Ossufo Momade, reeleito ao à liderança máxima do partido no último congresso, realizado em Maio do ano passado, 2024, na província central da Zambézia.
“Tem que ficar claro que o Conselho Nacional não tem competência para demitir o presidente e o mandato do presidente é de cinco anos. O mandato do presidente termina com a tomada de posse do novo presidente, para dizer que o Congresso é que terá competência de decidir sobre a manutenção ou não do presidente Ossufo Momade, que foi democraticamente eleito no Congresso, que se realizou em Alto Molóquè, no ano passado”, explicou.
Com o Conselho Nacional a ser organizado, a secretária-geral da Renamo vinca a importância da participação dos membros, não obstante, sublinhe que nem todos podem decidir sobre o futuro de Ossufo Momade.
“É preciso recordar, também, que o Conselho Nacional é constituído por 120 membros, portanto, são 120 conselheiros que têm direito a voto. Os restantes convidados e outros [membros] podem sim emitir os seus pareceres, as suas ideias, mas não decidem, não deliberam. É muito importante que o Conselho Nacional saiba que não tem competência para demitir o Presidente que está, neste momento, em exercício do seu mandato”, acrescentou.
Questionada sobre a posição de Ossufo Momade, em relação às reivindicações dos ex-guerrilheiros, em sede das reuniões da comissão política do partido, a secretária-geral da Renamo diz não ser de sua competência se pronunciar.
“Sobre o que se tem tratado na Comissão Política Nacional, não cabe a mim, como secretária-geral, trazer aqui. E qualquer que seja a decisão que é tomada por sua Excelência Presidente, a nível da comissão política, logo que termina a reunião, tem havido aquele espaço em que o Sr. Porta-voz ou sua Excelência Presidente tem trazido a público aquilo que terá sido tratado nessa respectiva reunião”, explicou.
Clementina Bomba diz que a liderança do partido está interessada em restaurar a harmonia no partido, avançando como exemplo a reunião havida com os ex-guerrilheiros.
“É importante recordar que nós realizamos, há bem pouco tempo, a sessão da Associação dos Combatentes da Renamo, visando encontrar caminhos para ultrapassar o problema dos desmobilizados. Realizamos a reunião e nessa reunião tomaram-se decisões profundas. Uma das grandes decisões que foi tomada nessa reunião foi da reabertura das delegações a todos os níveis e a outra grande decisão foi a realização do Conselho Nacional” explicou.
(AIM)
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