
Coordenador de reformas económicas do Ministério das Finanças, João Macaringue
Nampula (Moçambique), 10 Out (AIM) – O coordenador de reformas económicas do Ministério das Finanças, João Macaringue, esclareceu que a criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique tem por objectivo ser um instrumento multiplicador da economia com projectos estruturantes.
Macaringue anunciou o facto a jornalistas na cidade de Nampula, que acolheu nesta quinta-feira uma auscultação pública, a nona no país desde o seu arranque, sobre a proposta de criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique, um evento que reuniu diferentes actores locais.
“O Banco de Desenvolvimento olha para os aspectos mais estruturantes. Naturalmente, que se falarmos de uma ponte, de uma estrada, vai haver um conjunto de outras áreas que vão beneficiar por causa da existência desta infra-estrutura. Só poderá ter sentido e expressão se traduzirem em alguma coisa palpável na melhoria da vida das populações, disse Macaringue.
Explicou que foi com isso que veio a ideia de se criar um instrumento, como seja o Banco de Desenvolvimento, que tenha como grande objectivo olhar para iniciativas estruturantes que vão dar um efeito multiplicador na economia, ganhando, portanto, a economia como um todo. Então o banco está a ser estruturado com o objectivo de olhar para esse segmento de mercado que não é coberto pela banca pública”, elaborou.
Sobre a transparência, uma ideia constantemente abordada pelos participantes o coordenador explicou “o banco deve ser constituído de uma forma que a sua gestão seja transparente, previsível, segura e que ajude este a cumprir os seus objectivos, evitando interferências na sua gestão através da robustez dos órgãos directivos e, acima de tudo, pela participação de parceiros internacionais que têm um carácter de desenvolvimento para apoiar, reforçar aquilo que é a capacidade de intervenção dos bancos.
Abordou ainda outras iniciativas que o governo está a elaborar para combater a pobreza, citando como exemplo o Fundo de Garantia Mutuária, que visa possibilitar uma resposta ao acesso ao financiamento.
As linhas de financiamento que existem têm limitação por causa da capacidade de endividamento que as empresas têm. Não tem colaterais para assegurar o acesso aos recursos e daí o governo criou o que se chama Fundo de Garantia Mutuária, que está na fase final da sua estruturação com a assinatura dos acordos com os bancos que vão fazer a sua implementação”, esclareceu.
Nas discussões os intervenientes responderam a questões como qual deverá ser a estrutura institucional a ser aprovada, entre o modelo de um único accionista ou múltiplos e o enquadramento legal considerado adequado para a criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique.
(AIM)
RI/sg