Ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa. Foto arquivo de Carlos Júnior.
Maputo, 03 Dez (AIM) – O Ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa, defende que o combate à corrupção depende da consciência individual de cada cidadão, sublinhando que o maior entrave à integridade no país continua a ser o comportamento humano e não a ausência de instrumentos legais.
O governante falava no lançamento da Semana Nacional de Reflexão sobre a Corrupção, que decorre sob o lema “Unir-nos aos Jovens contra a Corrupção, Moldando a Integridade do Amanhã”.
Segundo Impissa, a sociedade precisa de reconhecer que todos cidadãos têm um papel fundamental na prevenção deste fenómeno.
“O que está a falhar não são as leis e nem as instituições. Somos nós. Cada um de nós pensa que o combate à corrupção deve começar por alguém que não é consigo”, afirmou.
O ministro alertou que a normalização de pequenos actos corruptos tem contribuído para enfraquecer a capacidade da sociedade de identificar comportamentos ilícitos.
“Chamamos suborno de refresco ou gorjeta para suavizar o mal. Isto torna-nos cegos para práticas que prejudicam o país e fragilizam os serviços públicos”, disse.
O director-adjunto do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), Násimo Moussa, frisou que a corrupção é uma ameaça directa ao desenvolvimento e à estabilidade institucional.
“A corrupção não é apenas uma infracção legal; é um fenómeno social e moral que distorce oportunidades, fragiliza instituições e compromete o futuro das gerações mais jovens”, afirmou.
Moussa destacou que a prevenção passa também pela educação ética e pela aproximação entre cidadãos e instituições.
“Promover a integridade exige que se fortaleça a cultura de responsabilidade e serviço público. A prevenção começa nas escolas, nas famílias e nas comunidades”, sublinhou.
O dirigente alertou ainda que “cada gesto de integridade conta”, recordando que a responsabilização deve ser acompanhada de esforços na mudança de atitudes.
O ministro Impissa enfatizou que o Governo tem reforçado medidas para prevenir e combater a corrupção, incluindo a criação da Inspecção-geral do Estado e a implementação de uma estratégia nacional de integridade.
“Nenhum mecanismo será suficiente se cada cidadão não assumir a sua responsabilidade. A integridade precisa de ser um valor pessoal, não apenas institucional”, afirmou.
Os jovens participaram activamente no debate, levantando preocupações sobre a morosidade na prestação de serviços, dificuldades de financiamento e práticas que descredibilizam o Estado.
Impissa afirmou que estas reflexões devem orientar acções futuras.
“A facilitação de serviços e o reforço da ética no sector público são essenciais para restaurar a confiança”, observou.
“Se cada um fizer a sua parte, Moçambique dará passos firmes rumo a um Estado íntegro e digno”, concluiu.
(AIM)
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