
Eventos extremos. Estrada cortada devido as chuvas
Maputo, 12 Set (AIM) – O Governo moçambicano recomenda ao uso da informação climática, aliada a transformação digital, como instrumento fundamental para reduzir riscos e apoiar a tomada de decisões durante a época chuvosa 2025/2026.
A recomendacao foi proferida esta sexta-feira (11), em Maputo, pela Secretária Permanente do Ministério das Comunicações e Transformação Digital (MCTD), Nilza Miquidade, durante a abertura do 12.º Fórum Nacional de Antevisão Climática, que reúne representantes governamentais, parceiros de cooperação e especialistas de diferentes áreas.
Miquidade destacou que Moçambique continua vulnerável aos efeitos de eventos extremos, como cheias, secas e ciclones, que ocorrem com mais frequência e têm intensidade devido as mudanças climáticas.
Recordou que a época chuvosa 2024/2025 foi marcada por chuvas intensas, ciclones, temperaturas extremas e descargas eléctricas. Contudo, observou que os impactos não foram ainda mais graves devido ao trabalho realizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e por outras instituições de gestão e redução de riscos.
A governante defendeu que a informação climática deve ser usada como base para as actividades individuais e colectivas, ajudando a prevenir desastres de natureza hidrometeorológica.
Exortou a população a acompanhar regularmente as previsões e alertas emitidos pelo INAM, a cumprir as recomendações emanadas pelas entidades especializadas e a adoptar medidas preventivas para proteger vidas e infra-estruturas.
Miquidade frisou ainda que a transformação digital constitui uma mais-valia para a componente climática, pois permite melhorar a monitorização e análise de dados, mapear emissões de gases de efeito de estufa, optimizar a gestão de recursos naturais e apoiar a adaptação às mudanças climáticas.
“Ferramentas como a inteligência artificial e a internet das coisas são cruciais para criar equilíbrio entre o progresso e a protecção ambiental. Exortamos todos a apropriarem-se destas tecnologias e a utilizá-las para reforçar a produção e disseminação da informação climática, rumo a um futuro mais seguro e sustentável”, declarou.
Na mesma ocasião, o director-geral do INAM, Adérito Aramuge, sublinhou que a ciência comprova que o clima se encontra em permanente transformação, influenciado por fenómenos como o El Niño e La Niña.
Segundo Aramuge, a previsão a ser apresentada não se resume a números, mas constitui um “indicativo fiável” colocado ao serviço da sociedade, orientando decisões estratégicas e reforçando a resiliência nacional.
“Quanto mais bem informados estivermos, maiores serão as nossas possibilidades de reduzir riscos e, ao mesmo tempo, de aproveitar oportunidades”, afirmou, elogiando o empenho dos profissionais envolvidos na produção da informação climática e dos prognósticos sectoriais.
O Fórum Nacional de Antevisão Climática constitui uma plataforma de partilha e reflexão sobre os cenários climáticos, apoiando decisões estratégicas nos sectores mais expostos às variações do tempo e contribuindo para um futuro resiliente e sustentável.
(AIM)
NL/sg