Membro da Assembleia Geral da Ordem dos Engenheiros, Silvino Moreno, em conferência de imprensa. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 19 Nov (AIM) — A Ordem dos Engenheiros de Moçambique (OrdEM) prepara-se para ir às urnas a 26 de Fevereiro de 2026, introduzindo a inovação de voto electrónico. naquele que será o quinto sufrágio desde a criação da agremiação.
Cerca de 4.000 engenheiros efectivos, com situação regularizada, estarão habilitados a escolher os novos órgãos sociais para o quinquénio 2026-2030, num processo conduzido integralmente por via electrónica.
Apesar de a Ordem contar actualmente com aproximadamente 9.240 membros, entre nacionais e estrangeiros, apenas os engenheiros efectivos e em conformidade estatutária possuem direito de voto. Assim, pouco menos de metade dos membros poderá participar no pleito.
Os detalhes do processo foram apresentados esta terça-feira (19), em conferência de imprensa da Mesa da Assembleia Geral da OrdEM, composta pelos engenheiros Nelson Boete, Silvino Moreno e Elca Ramos, acompanhados por Giovane Massinga, representante da Electricidade de Moçambique (EDM), entidade parceira na implementação da solução tecnológica de votação.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Nelson Boete, destacou a evolução assinalável da Ordem, que iniciou actividades em 2004 com apenas 760 inscritos. O universo actual, multiplicado por mais de dez, permitirá a expansão para nove colégios profissionais, substituindo os cinco até agora existentes (Engenharia Civil, Electrotécnica, Mecânica, Química e Agronómica e Florestal).
Boete sublinhou ainda as vantagens do modelo electrónico, é que será usado independentemente do local onde o engenheiro se encontre, basta aceder à plataforma para exercer o seu direito de voto, eforçando que o sistema assegura transparência e disponibilização de resultados no próprio dia da votação.
Giovane Massinga, representante da EDM, recordou que a cooperação com a OrdEM na componente tecnológica remonta a 2021, quando, em pleno contexto pandémico, era necessário garantir eleições seguras, íntegras e livres de aglomerações. “A EDM desenvolveu a plataforma usada em 2021 e volta agora a fortalecer o sistema”, afirmou.
Massinga garantiu que a solução adoptada assenta em quatro pilares essenciais, designadamente, Autenticação rigorosa, apenas engenheiros registados e elegíveis têm acesso ao sistema, o Sigilo absoluto, voto é confidencial e impossível de rastrear. A Contagem automática e em tempo real e a Acessibilidade total, uma plataforma que funciona em todo o território nacional e na diáspora.
Silvino Moreno informou que foi aprovado um regulamento eleitoral específico, que define critérios de elegibilidade e cria uma comissão eleitoral composta por engenheiros da própria Ordem. O processo contará igualmente com fiscalização da Ordem dos Advogados de Moçambique.
Por sua vez, Elca Ramos destacou o crescimento expressivo de jovens no sector e apelou à sua participação activa. “É fundamental que os jovens regularizem a sua situação e se envolvam na vida da Ordem. A criatividade e as novas ideias que trazem podem impulsionar o desenvolvimento da classe”, disse.
Segundo Ramos, muitos jovens questionam o papel da Ordem, mas sublinhou que «o crescimento colectivo só será possível se todos contribuírem diariamente para fortalecer a instituição».
Presente em quase todas as províncias, restando apenas consolidar representação em Niassa, a OrdEM opera formalmente desde 2004, embora os seus estatutos tenham sido aprovados em 2002. Com cinco bastonários ao longo da sua história, prepara agora a sua quinta eleição, consolidando um percurso de regularidade institucional e crescente profissionalização.
(AIM)
Xavier Maulele/PC
