Um total de 203 pessoas morreram, nos últimos cinco anos, devido à raiva provocada por mordeduras caninas e outros animais portadores desta doença, em Moçambique.
Desta cifra, 23 morreram no ano passado (2021), de um universo de 106 mordeduras por cães, em todo o pais.
Estes números foram tornados públicos, quarta-feira (28), em Chimoio, capital provincial de Manica, pelo inspector-geral do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Rui Mapatse, durante a cerimónia do Dia Mundial de luta contra a raiva.
A data também foi marcada pelo lançamento da campanha de vacinação contra raiva em cães, gatos, macacos e outros animais, cuja mordedura pode causar esta doença.
Segundo Mapatse, no primeiro semestre deste ano, 18 pessoas morreram vítimas da raiva em todo o país, de um total de 1.054 mordeduras registadas de Janeiro a Junho do ano em curso (2022).
“Os números são preocupantes, na medida em que a doença está a causar muitas mortes. É importante que cada um dos criadores de cães e outros animais causadores dessa doença sejam responsáveis. Devem saber que um animal não vacinado pode constituir perigo para a comunidade; vacinar o seu cão ou outro animal causador da raiva, pelo menos uma vez por ano. Queremos eliminar a doença até o ano 2030” disse Rui Mapatse.
Na ocasião, Mapatse apelou a população, principalmente proprietários de animais de estimação, para aderir massivamente as campanhas de vacinação, como forma de prevenir a raiva humana.
“Este é o esforço do governo que tem como objectivo assegurar que a raiva não seja uma das doenças que pode provocar mortes nas comunidades. Esta actividade é de âmbito nacional e já foram criadas algumas brigadas que vão se desdobra pelos distritos. Criamos postos fixos e móveis para garantir que este trabalho decorra sem grandes sobressaltos’, disse o inspector-geral.
Acrescentou que, “mais do que vacinar, também precisamos controlar os nossos animais.”
“Assegurar que estejam em lugares seguros. Evitar que saiam dos quintais e provocar pânico nas pessoas. Por ser animal de estimação, precisamos de cuidá-los”, recomendou.
Dados da Organização Mundial para a Saúde Animal indicam que, anualmente no mundo, a doença é responsável por cerca de 60.000 mortes humanas e, na grande maioria dos casos, os cachorros são a fonte da infecção.
Os sintomas da raiva canina apresentam diferentes estágios no organismo humano.
A raiva evolui com o passar do tempo e os sintomas também podem mudar. Existe a chamada fase furiosa e depois a chamada raiva paralítica, na qual se acentuam os sintomas neurológicos, como dificuldade de engolir, salivação, falta de coordenação dos membros e até paralisia.