Maputo, 01 Abr (AIM)- Moçambique vai receber, nos próximos dias, mais doses do imunizante contra a cólera, que vão contribuir para o controlo do surto na província central de Tete.
Segundo o Boletim Diário da Cólera, Tete contabiliza 12 distritos assolados pela doença, sendo a província com o maior número de pontos afectados, situação que preocupa as autoridades sanitárias.
Apesar da extensa área assolada, a vacinação contra cólera na província só vai decorrer nos próximos dias, quando chegarem mais doses ao país, já requisitadas pelo sector da Saúde.
“As vacinas requisitadas para Tete acabaram sendo transferidas para Quelimane, província da Zambézia, que apresenta uma situação epidemiológica má, cenário causado pela passagem da tempestade tropical Freddy, que destruiu o sistema de saneamento, incluindo a rede de abastecimento de água”, referiu o chefe do Departamento de Saúde e Vigilância, no Ministério da Saúde (MISAU), Domingos Guihole, citado pelo “Notícias”.
Explicou ainda que o MISAU acabou por priorizar Quelimane, após notar um abrandamento de episódios de cólera em Tete.
A campanha de vacinação contra a cólera arranca no passado dia 30, em Quelimane, devendo abranger mais de 410 mil pessoas, na primeira quinzena de Abril corrente.
Para Guihole, a vacina, aliada ao tratamento dos pacientes, descontaminação das suas residências e cumprimento das medidas de higiene e saneamento do meio, tem sido fundamental para o controlo do surto.
Indicou que depois da implementação da primeira fase da campanha de imunização, verificou-se a redução da transmissão da doença e consequentemente das áreas assoladas, na cidade de Xai-Xai e distrito de Massingir, na província meridional de Gaza, e noutros três distritos da província nortemha do Niassa.
“Depois de uma vigilância de 30 dias sem registo de novos casos, declaramos fim do surto da cólera em Gaza e noutros três distritos do Niassa. Ainda nesta província continuamos a observar a redução de casos diários da doença”, explicou.
A campanha de vacinação deverá abranger pouco mais de 1,7 milhão de pessoas nos distritos da Beira e Marromeu, na província central de Sofala; Quelimane, na Zambézia; e Chimoio, em Manica, no centro de Moçambique.
No geral, o país tem um cumulativo de 94 mortes devido à enfermidade, num universo de 19.094 episódios notificados, desde Setembro do ano passado
(AIM)