Maputo, 26 de Abr (AIM) – Os ministros responsáveis pelos pelouros de energia e minas dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) defendem a harmonização de políticas para tirar maior proveito dos recursos energéticos que a região e o continente dispõem.
O facto deve-se a necessidade da criação de infra-estruturas integradas para a produção de energia para o mercado regional, elemento crucial para garantir a segurança energética.
A harmonização também vai permitir a colaboração e estabelecimento de parcerias com vista a assegurar a transferência tecnológica e atracção de mais investimentos para o sector
A visão foi partilhada pelo ministro e vice-ministra do Malawi, Ibrahim Matola e Mónica Changabamuno, respectivamente, falando no painel do alto nível durante a 9ª Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique, evento que também contou com a participação da ministra do Zimbabwe Magna Mudyiwa e seu homólogo da Tanzânia, January Makamba.
Matola defende que as políticas vigentes estão desajustadas a realidade actual o que dificulta a colaboração dos países e uma visão sobre o rumo a seguir durante as próximas décadas.
“É urgente harmonizar as políticas no sector de energia. A legislação do sector de energia na região está desajustada da realidade e dos desafios próprios deste sector”, disse ministro malawiano.
Referiu que a desarticulação inviabiliza o aproveitamento integral dos recursos que os países dispõem, pois há pouca capacidade para fiscalizar os grandes projectos em curso no sector de energia e mineração.
“Os países ainda não estão a tirar os devidos ganhos no sector de energia e mineração. Esse problema pode ser ultrapassado com uma maior colaboração e harmonização”, salientou Changabamuno.
A ministra zimbabweana defende a criação de um Plano Director regional para a partilha de recursos energéticos, olhando para a energia como força motriz para o desenvolvimento a nível da região.
Partilhou os constrangimentos que seu país está a enfrentar na produção de energia nos últimos anos devido a mudanças climáticas, que levaram a redução para quase metade a capacidade instalada.
“O Zimbabwe produzia 2.400 MW de energia, e neste momento, devido as mudanças climáticas essa produção baixou para a metade. Esta situação nos remete a termos que buscar nos países vizinhos para cobrir o défice e olhamos para Moçambique como solução porque tem boas infra-estruturas”, vincou.
Ainda hoje, na abertura da conferência, o Presidente da República, Filipe Nyusi, avançou que o contributo da indústria extractiva para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu 8,8 pontos percentuais nos últimos dez anos, saindo de 1,8 por cento em 2011 para 10,6 por cento em 2022.
(AIM)
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