
I Conferência Anual de Mulheres na Energia
Maputo, 10 Mai (AIM) – A Sociedade Civil exige um maior envolvimento e participação da mulher, jovens e pessoas com necessidades especiais na cadeia de valor dos projectos no sector de energia, com vista a melhorar o seu acesso aos mercados em Moçambique.
A posição da sociedade civil foi expressa terça-feira em Maputo, durante o lançamento da primeira Conferência Anual de Mulheres na Energia, evento que decorreu sob o lema “Estabelecendo as bases para um ambiente propício para mulheres do sector de Energia”.
Graça Machel, fundadora da Graça Machel Trust, disse que a iniciativa visa transformar a energia em um recurso poderoso para o enriquecimento das comunidades, sobretudo as mulheres, jovens e pessoas com necessidades especiais, porque são os grupos mais marginalizados no que concerne a novas oportunidades.
“As mulheres têm que ser consumidoras de energia limpa e moderna, não lenha e carvão. Nós temos que transformar essa realidade em que muitas mulheres sofrem exactamente porque utilizam a lenha”, afirmou.
Vincou a necessidade de massificar o uso de fogões melhoradas e, com a expansão da rede eléctrica eventualmente o uso da energia para cozinhar e outras actividades domésticas.
Por sua vez, a vice-presidente da Sasol, Priscila Mabelane, destacou a importância da iniciativa que considera fundamental porque, no seu entender, as mulheres continuam sub-representadas no sector da energia, principalmente nos cargos de liderança.
“Acreditamos que ao criar um espaço onde as mulheres possam se reunir, compartilhar seus conhecimentos e experiências e interagir umas com as outras vamos ajudar a quebrar barreiras e criar novas oportunidades para a entrada de mais mulheres e garantir o seu sucesso no sector de energia”, disse.
Assinalou que, face ao desenvolvimento do sector energético, impulsionado pela descoberta de gás natural, urge desenvolver capacidades em termos de recursos humanos, particularmente mulheres, para garantir uma exploração mais responsável e inclusiva.
“Reconhecemos o papel crítico que as mulheres desempenham no sector da energia e estamos empenhados em apoiar o avanço das mulheres na indústria em geral”, sublinhou.
“Para criar um ambiente propício, que inclua mulheres e aproveite suas diversas habilidades, a Sasol criou em 2020 a Rede de Mulheres de Negócios de Energia. Esta rede é uma plataforma para todas as mulheres da Sasol se inspirarem e conduzirem um propósito”, acrescentou.
Marcelina Mataveia, representante do ministro dos Recursos Minerais e Energia, destacou a necessidade de remover todas as barreiras que dificultam o acesso a energia, particularmente nas zonas rurais, com uma atenção particular as mulheres, crianças e pessoas com deficiência.
(AIM)
Sc/sg