Maputo, 18 Set (AIM) – A activista dos direitos humanos moçambicana, Graça Machel, deplora a exclusão de jovens e mulheres dos processos de paz no país, o que inibe estes segmentos populacionais de expor o seu posicionamento.
A preocupação foi expressa hoje (18), em Maputo, durante a II Conferência Nacional de Alto Nível sobre “Paz, Segurança, Reconciliação e Desenvolvimento” em Moçambique, um evento organizado pela Organização para Promoção da Paz e Desenvolvimento Humanitário (ORPHAD).
Graça Machel aponta que o Moçambique é uma referência internacional em matérias de paz, mas as suas fundações, que são os jovens e mulheres, estão fragmentados.
“Do ponto de vista constitucional Moçambique é um bom modelo, e é por essa razão que nós somos saudados internacionalmente e somos chamados um país modelo na construção de paz. Reconhecem que neste nosso edifício a arquitectura está perfeita, pois temos as leis, temos assinado todas as convenções, protocolos, está tudo em ordem, mas as fundações da casa estão fragmentadas”, disse.
“Se olharmos para os debates, e mesmo os acordos que temos vindo a assinar, nunca tivemos a voz das mulheres nesses processos, nós nunca tivemos a voz dos jovens”, anotou.
Graça Machel, que também é patrona da organização não governamental Fundo para o Desenvolvimento Humanitário (FDC), explicou que a instituição que dirige realizou uma pesquisa com foco nas mulheres e constatou que “as mulheres apesar do seu enorme potencial para servirem como pontes e pessoas que conseguem lidar com outras a sua volta ainda continuam muito fragmentadas.
Por isso, Graça Machel frisa que a paz, estabilidade e coesão social é um processo que exige participação de todos os quadrantes da sociedade, incluindo mulheres, jovens, pessoas com deficiência, outros.
Concluiu afirmando que a “paz, segurança humana e segurança do ponto de vista social, tranquilidade de espírito, participação e “sentido de pertença” são questões que nos devem preocupar e devem estar na agenda da procura dos modelos de construção de paz no nosso país”.
(AIM)
CC/sg