Maputo, 04 Set (AIM)- A empresa Jampur Mozambique, Lda, localizada em Chókwè, na província meridional de Gaza, vai produzir ração para responder à demanda da indústria aviária e aquacultura, no conjunto de novos projectos que está a introduzir para melhor aproveitamento dos subprodutos do processamento de arroz, tomate e castanha de caju.
Depois de terem assumido o controlo do Complexo Agro-Industrial do Chókwè (CAIC), o foco da empresa foi a busca de garantia para o mercado para o arroz produzido localmente, mas agora os empresários do Grupo Jampur, de origem saudita, querem alargar o leque de investimentos para outros projectos, que incluem uma linha de produção de ração para peixes e aves, fertilizantes e suplementos para o melhoramento da robustez do gado bovino.
A expectativa deste grupo empresarial é ver reduzida a dependência de importações para satisfazer o mercado local de produção aviária e de peixe em cativeiro que está na origem do encarecimento do produto final.
Para além da produção e comercialização na cadeia alimentar, a Jampur tem em manga outros projectos, nomeadamente de implantação de uma indústria de produção de calçado, fardamento, entre outro tipo de equipamento.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração do Grupo Jampur, Mohammad Shafiq, citado hoje (04) pelo “Notícias”, nesta fase embrionária das suas operações no CAIC as atenções estão viradas para o processamento e comercialização de arroz, de tomate e castanha de caju.
Disse, sem indicar os valores concretos, que há um investimento em vista para uma gama de projectos estruturantes na cadeia de valor de produtos direccionados para o consumo interno e também para a exportação.
“Estamos interessados em investir também na produção de aves, de fertilizantes e de uniformes, tudo isso aqui no distrito do Chókwè”, sublinhou, acrescentando que a sua empresa está segura de que haverá ganhos, visto que os produtores serão valorizados com a concretização destas iniciativas.
A operacionalização do Complexo Agro-Industrial do Chókwè é fruto do Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI), lançado em 2021, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, visando contribuir para o aumento da produção, estimular o agro-processamento, a comercialização, reduzir as exportações em bruto e gerar emprego e renda para o sector familiar.
De acordo com a governadora de Gaza, Margarida Mapandzene Chongo, este é o primeiro e grande passo que a província deu no agro-processamento e agro-negócio à luz do programa nacional de industrialização.
Referiu que os investigadores estrangeiros foram abordados, na recente visita presidencial a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que incluiu uma delegação do Conselho Executivo Provincial de Gaza, para o relançamento de carteira de projectos âncora para a zona produtiva do Vale do Limpopo.
Sublinhou que a chegada dos investidores ao CAIC é uma mais-valia para alavancar a economia da província e criar mais oportunidades de emprego, sobretudo para jovens recém-formados em diversas áreas do ensino técnico-profissional, mas também para valorizar os esforços dos produtores que se têm queixado da falta de mercado para colocar a sua produção.
“Os trabalhos já começaram. Tratando-se de investidores estrangeiros há muita burocracia nos procedimentos iniciais para que possam realizar as suas actividades em pleno, mas eles estão muito confiantes na colaboração do governo central e nós localmente temos estado a fazer a nossa parte no que está ao alcance para a concretização deste projecto”, disse.
(AIM)
FF
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2024-12-09