Maputo, 17 Nov (AIM) – O Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, defende que os países do Sul Global, devem ser compensados pelos danos causados pelas mudanças climáticas.
Nyusi manifestou a sua asserção na tarde desta sexta-feira na II Edição da Cimeira Global Vozes do Sul, um evento que decorreu em formato virtual sob o lema “Sul Global: Juntos por Um Futuro Comum”.
“Entendemos igualmente que, como países do Sul Global, devemos continuar a liderar nas práticas mitigatórias das mudanças climáticas e devemos ser justamente compensados por danos e perdas”, disse Nyusi durante o evento que foi presidido pelo Primeiro-ministro da Índia Narenda Modi.
O estadista moçambicano disse aos participantes que também urge reforçar a cooperação, traduzindo-a em acções concretas, como sejam, o financiamento a transferência de tecnologias, desenvolvimento de infra-estruturas sustentáveis, investigação e inovação.
Explicou que o financiamento de infra-estruturas sustentáveis passa pelo acesso a fundos bonificados, parcerias público-privadas para projectos de utilidade públicas, em circunstâncias de falta de capacidade de auto-financiamento pelo governo, mas que haja interesse do empresariado nacional e internacional.
“É neste sentido que Moçambique quer ver aumentado o investimento e acesso aos recursos financeiros e tecnológicos, incidindo no desenvolvimento do capital humano para transformar localmente os recursos naturais, fomentando a industrialização”, disse.
Para o efeito, Moçambique, na qualidade de Membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, não tem poupado esforços para que se viabilize a paz e segurança internacionais, assim como os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, para que o sonho de “Juntos por Um Futuro Comum” ganhe força e razão.
A Cimeira Global é uma plataforma que os países em desenvolvimento usam para fazer ouvir a sua voz nos organismos internacionais importantes, como é o caso do Fórum de Cooperação Económica Internacional, que integra as principais economias desenvolvidas e subdesenvolvidas do mundo, vulgarmente G20.
Aquando da presidência da Índia no G20, os países exprimiram dentre vários aspectos, a sua participação na governação das instituições multilaterais, promoção do desenvolvimento sustentável, reforço digital, mudanças climáticas, luta contra terrorismo, paz e segurança e outros.
Explicou ainda que Moçambique na qualidade membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas não tem poupado esforços para que se viabilize a paz e segurança internacionais e objectivos de desenvolvimento sustentáveis
Sobre a primeira sessão do Vozes do Sul, realizada em Janeiro do presente ano, os países aprofundaram questões relacionadas com objectivos do desenvolvimento sustentável, as reformas de instituições multilaterais, infra-estruturas, terrorismo, redução tensões e conflitos.
“Para isso, urge atender as preocupações e necessidades específicas dos países em desenvolvimento. Volvidos dez meses ainda que persistam desafios, sentimos ter havido evolução positiva na sensibilidade quanto a legitimidade das preocupações dos países em desenvolvimento sobretudo maior representatividade em instituições multilaterais, maior acesso facilitado a recursos financeiros”.
Quanto ao recrudescimento de tensões de conflitos no Médio Oriente, África, Europa e Ásia, Nyusi, apela aos países para intensificarem esforços e fazer ouvir as vozes do sul para restauração da paz, segurança e um futuro próspero.
Saudou a Índia para que na sua presidência do G20 tenha conseguido que a União Africana fosse admitida nesse grupo de 20 maiores economias do Mundo”.
Refira-se que dentre vários participaram na segunda cimeira de Vozes do sul, países como, Malawi, Guiné, Comores, Jamaica, Egipto, Sérvia, Panamá, Sri Lanka e outros.
(AIM)
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