
Chimoio (Moçambique), 24 Nov (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirma ser imprescindível o envolvimento das comunidades no combate aos males que influenciam nas mudanças climáticas que afectam Moçambique e o resto do mundo, devido ao seu impacto negativo na vida da população.
Destacam-se entre as consequências o aquecimento global, cheias, ciclones, terramotos, inundações, entre outras.
“As comunidades são fiscalizadoras e participam na prevenção deste mal. É com elas que devemos trabalhar e educá-las para que participem nesta luta”, disse Nyusi durante uma aula de sapiência proferida no encerramento da I Conferência Internacional da Universidade Púnguè (UNIPUNGUE), evento que teve lugar hoje (24) na cidade de Chimoio, província central de Manica sob o lema “Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Comunitário”.
“Não vamos sempre puni-la porque corremos o risco de sancionar todo o país. É preciso dotá-las de conhecimentos sobre como combater essas práticas”, acrescentou.
Explicou que, para o efeito, urge o envolvimento da população neste desafio, distanciando-se de todas as práticas que desgastam a natureza, tais como as queimadas descontroladas.
As mudanças climáticas, segundo Nyusi, são uma realidade e podem colocar em causa a sobrevivência da humanidade se não forem tomadas medidas em devido tempo.
“Isto impacta a biodiversidade no mundo e em particular em Moçambique. Sabemos que este fenómeno também resulta da acção humana. O tema remete-nos a uma profunda reflexão por ser um dos maiores desafios que afecta as nossas vidas”, referiu.
Explicou que desde os anos 1800, que a acção humana tem sido a principal causa destas mudanças com a queima de combustíveis fósseis, causando, desta forma, ciclones, inundações e secas, que estão na origem da insegurança alimentar, escassez de água, desertificação, doenças tropicais, perda de infra-estruturas e outros danos humanos.
Lembrou que Moçambique é um dos 10 países do mundo mais afectados pelas mudanças climáticas.
“Como raça humana, a biodiversidade é fundamental para a nossa sobrevivência. É obrigatória preservá-la. O aumento da população ou alterações demográficas, a pobreza, queimadas, desflorestamento e caça são males que concorrem para a alteração do clima”, advertiu
Por isso, urge preservar a natureza, evitando a destruição de árvores e o desmatamento.
“Devemos estar junto com as comunidades, ensinar a população e transferir o conhecimento científico para as comunidades. Fazer com que a população saiba que não pode destruir a natureza, mas sim apostar em práticas aceitáveis para não causar impacto negativo à natureza”.
Sobre o papel do Estado, Filipe Nyusi assegurou que Moçambique continuará a respeitar os acordos e convenções de que é signatário para a conservação da natureza, protecção da camada do ozono, combate à seca, entre outros.
A palestra sobre as mudanças climáticas marcou o fim da visita de três dias à província de Manica.
Participaram no evento mais de 300 convidados, incluindo nacionais e estrangeiros. Em Manica, Nyusi inaugurou algumas infra-estruturas públicas, com destaque para a linha férrea que liga a cidade portuária da Beira, na província de Sofala à fronteira de Machipanda (Manica), e um comboio de passageiros.
(AIM)
NM/sg