
Maputo, 20 Jan (AIM) – O governo moçambicano reitera o compromisso em defender os Princípios de Bandung (Indonésia) para garantir uma resposta concertada e adequada aos desafios do mundo contemporâneo e continuar a trabalhar na promoção da paz, estabilidade e desenvolvimento económico e social sustentável.
O compromisso foi transmitido este Sábado, em Kampala (Uganda), pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, durante a XIX Cimeira do Movimento dos Países Não-Alinhados, onde participa em representação do Presidente da República, Filipe Nyusi.
“É assim que no contexto do seu mandato como membro Não-Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, guiado pelos princípios fundadores do não-alinhamento, Moçambique apoia e incentiva o multilateralismo e a resolução pacífica de conflitos”, disse a governante.
Segundo Macamo, o país defende, ainda, a primazia do diálogo e a aposta no direito internacional; a Carta da Organização das Nações Unidas; e as diversas resoluções desta Organização.
Recordou que o presente ano marcará o fim do mandato de Moçambique no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Neste contexto, gostaria de sublinhar que o país continuará a dar o seu contributo para a promoção e manutenção da paz e segurança internacionais naquele importante órgão, à luz dos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”, assegurou.
Disse que Moçambique procurará, como sempre, aprimorar o trabalho já iniciado, dando primazia às questões candentes como: os assuntos africanos na agenda do Conselho, na base do princípio de “Soluções africanas para problemas africanos”.
O combate ao terrorismo e prevenção do extremismo violento; as questões relativas a Mulher, Paz e Segurança; abordagem do nexo entre Clima, Paz e Segurança; e a defesa do multilateralismo e reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas são outras prioridades de Moçambique.
“Esperamos, de forma contínua, renovar o imperativo da consolidação da paz rumo ao desenvolvimento sustentável e dos demais anseios dos povos universais”, anotou.
Sobre a Cimeira, a governante sublinhou a importância e a oportunidade da escolha do tema: “Aprofundando a Cooperação para Riqueza Global Partilhada” para nortear os trabalhos, vincando que responde aos múltiplos desafios globais que se impõem aos países em desenvolvimento, com destaque para a necessidade de reflexão sobre as melhores estratégias para o fortalecimento da Cooperação Sul-Sul.
Disse que o tema tem particular relevância “porquanto nos recorda os Princípios de Bandung, no que tange à promoção de interesses mútuos e cooperação, em prol do bem-estar comum dos nossos povos.”
“Recorda-nos igualmente: os valores de solidariedade internacional; e a premência do reforço e consolidação do Movimento dos Não Alinhados como fórum neutro de concertação político-diplomático do Sul global, em busca de uma ordem político-social e económica mais justa e inclusiva, condição sine qua non para o desenvolvimento dos seus Estados membros”, afirmou.
Anotou que o evento se realiza num momento em que se regista o recrudescimento de tensões e conflitos geopolíticos internacionais tais como o israelo-palestiniano e russo-ucraniano, que conjugados com a situação económica actual, ainda marcada pelos efeitos da pandemia da COVID – 19, dificultam o desenvolvimento económico e o bem-estar social dos povos.
“Estes conflitos impelem-nos a contribuirmos com as nossas ideias para a sua solução, para além da necessidade inadiável de nos engajarmos na criação e consolidação de condições que nos permitam o aproveitamento integral e integrado das nossas potencialidades e vantagens comparativas”, apelou
(AIM)
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