Maputo, 25 Jan (AIM) – A Frelimo, partido no poder em Moçambique, diz ser uma formação política aberta à opiniões diferentes e isso não pode ser entendido como sendo sinal de crise.
Aliás, os resultados alcançados nas eleições autárquicas de 11 de Outubro último demonstram claramente que a Frelimo está forte e coesa.
“Desde a existência do partido Frelimo sempre houve abertura para a diferença de opiniões e isso não significa crise” disse a porta-voz da Frelimo, Ludmila Maguni, em entrevista divulgada quarta-feira (24), pela Rádio Moçambique, emissora nacional.
“A nossa preocupação não é diferença de opiniões, mas sim que estas opiniões não estejam a ser dadas dentro dos órgãos como os nossos estatutos nos guiam”, disse.
Mas, como partido, “sempre deixamos abertura para a diferença de opiniões, porque isso é que nos faz crescer, amadurecer e continuarmos fortes como partido”.
Questionada sobre a existência de alas respondeu que isso é natural que aconteça. As pessoas têm diferentes opiniões “mas no final do dia o partido é único”.
Em relação à vitória da Frelimo em 60 autarquias das 65 em disputa, no passado Outubro, Maguni disse que isso não só releva a robustez da sua formação política, como também o quão está próxima dos munícipes e, por isso, sai engrandecida e fortalecida com bastante força para continuar a trabalhar.
Sobre as alegadas irregularidades que terão sido cometidas por alguns membros da Frelimo, a porta-voz desvaloriza as acusações e refere que é preciso que os partidos políticos saibam respeitar os órgãos envolvidos no processo de eleições e deixá-los trabalhar e trazer as suas decisões.
Ainda sobre as alegadas irregularidades afirmou haver segmentos (algumas organizações da sociedade civil e partidos políticos) que continuam a tentar manipular a juventude para um lado não construtivo, contrário à unidade nacional. Por isso, apela a juventude para que esteja atenta aos que querem manipular e usar as suas opiniões para fins que não sejam benéficos ao país.
“Houve muita manipulação de jovens neste processo eleitoral e não iniciou logo depois de os resultados terem sido proclamados, muito antes disso o processo de contestação começou”, sublinhou.
No que respeita às eleições gerais que se avizinham, a fonte disse que logo após as eleições autárquicas, o partido no poder iniciou um movimento preparatório ao nível das bases com vista a vencer o escrutínio agendado para 9 de Outubro próximo.
Já em relação ao candidato da Frelimo para a presidência da república, Maguni afirmou que há processos internos democráticos que devem acontecer.
“Quando nós iniciarmos esse processo, certamente que publicamente saberão que já iniciamos. Iremos conhecer os pré-candidatos, iremos escolher o candidato que irá representar o partido”, disse.
Refira-se que, de acordo com o calendário da CNE, as candidaturas à presidência da república deverão ser submetidas ao Conselho Constitucional (CC) no intervalo de 13 de Maio a 10 de Junho do corrente ano.
(AIM)
SNN/sg