
Deslocados internos. Foto arquivo
Maputo, 27 Fev (AIM) – Os deslocados dos ataques terroristas residentes nos distritos afectados da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, continuam a regressar às suas zonas de origem, como reflexo da dissipação das ameaças que se registavam na primeira quinzena do mês passado.
O facto foi revelado pelo porta-voz do governo de Moçambique, Filimão Suaze, no briefing à imprensa, minutos após o fim da 5ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, evento que teve lugar hoje (27)em Maputo.
“Está sendo feito um trabalho para melhorar as suas condições de alojamento nos lugares onde se encontram. Também persistem movimentos de retorno de algumas populações para as suas zonas de origem, à medida que se vão dissipando algumas situações de ameaças que tenham sido levantadas no momento da sua saída”, disse Suaze, que é igualmente, vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
Há cerca de três semanas, os terroristas intensificaram os seus ataques no distrito de Chiúre, a sul de Cabo Delgado, provocando um total de 67.300 deslocados, o que corresponde a 14.270 famílias que entraram na província nortenha de Nampula, e maior parte através do distrito de Eráti.
O total dos deslocados inclui os que se encontram em locais mais seguros em Cabo Delgado.
Suaze afirmou que, actualmente, os deslocados encontram-se num centro provisório instalado no distrito de Eráti, província nortenha de Nampula, bem como nas escolas locais.
A outra parte dos deslocados encontra-se nas casas dos seus familiares, ou de conhecidos.
Actualmente, o Executivo está a providenciar kits de alimentação abrigo, incluindo para assistência sanitária.
“Estamos a falar de pessoas que estão concentradas em escolas, residências dos seus familiares mas, como é apanágio em situações iguais, estamos a falar de aprovisionamento de tendas, alimentação, higiene, até que a situação comece a se normalizar”, disse o porta-voz.
A fonte disse que existe a possibilidade de as autoridades governamentais criarem um centro para os deslocados, à semelhança das ocasiões anteriores.
Recentemente, as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) repeliram várias tentativas dos terroristas para o recrutamento compulsivo de jovens para engrossar as suas fileiras em Cabo Delgado.
Actualmente, os terroristas procuram sobretudo jovens para integrar nas suas fileiras.
As FDS, com o apoio das forças ruandesas e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) estão a desencadear novas operações para eliminar os grupos terroristas.
Desde Outubro de 2017 que alguns distritos de Cabo Delgado registam ataques terroristas que já provocaram mais de três mil mortos e mais de um milhão de deslocados.
(AIM)
Ac/sg