
Manifestacao pos-eleicoes na Cidade de Maputo. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 22 Out (AIM) – O governo recomenda a todos os cidadãos para evitarem aderir marchas e movimentos ilegais convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para a quinta e sexta-feiras em todo o território moçambicano.
Falando hoje, em Maputo, no habitual briefing à imprensa, minutos após o fim da 30ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz, Filimão Suaze, apelou aos moçambicanos passe distanciarem destas práticas.
Suaze, que também é vice-ministro da Justiça. Assuntos Constitucionais e Religiosos, disse que os moçambicanos devem procurar manter em funcionamento todas as instituições públicas e privadas do país, exortando aos pais e encarregados de educação para não deixarem seus filhos menores se juntar as marchas ilegais “para serem usados para objectivos inconfessos, que nós não os conhecemos”.
Explicou que uma greve só pode ser convocada por sindicatos, ou grupos de trabalhadores e fora disso trata-se de uma ilegalidade.
“O conceito de greve não é um expediente político; é um expediente que normalmente tem sido usado pelos sindicatos, grupos de trabalhadores para convocar a não actividade por parte dos trabalhadores, reivindicando condições de trabalho, salários ou outras situações”, disse.
Diante da confusão dos conceitos, Suaze vincou a necessidade de as pessoas estarem atentas senão podem incorrer em consequências jurídicas.
“Alguém que devia ir trabalhar para produzir o seu salário, depois vai correr o risco de o seu patrão não ter salário para lhe pagar porque não produziu, porque a pessoa foi convocada a uma greve de forma ilegal, quando afinal no lugar da greve a pessoa está sendo convocada para uma manifestação”, afirmou Suaze.
O porta-voz recordou sobretudo aos trabalhadores do sector privado que a sua produção é determinante para o salário, pelo que “não indo trabalhar mais um dia desta semana está diminuindo a capacidade do seu patrão poder pagar salário”.
Na semana passada, o candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou uma greve geral para protestar contra os resultados das VII eleições presidenciais e legislativas e IV para os membros das assembleias provinciais e de governador de província, que tiveram lugar a 09 de Outubro último.
Mais tarde, Venâncio Mondlane anunciou uma marcha para protestar contra o assassinato do advogado Elvino Dias, e o mandatário do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) um partido extraparlamentar, crime ocorrido na noite de sexta-feira (18).
Ambos os eventos tiveram lugar na segunda-feira (21) e foram repelidas pelas Forças de Defesa e Segurança porque, ao invés de serem pacíficas, criaram desordem e paralisação da circulação de pessoas e bens na via pública.
Pelo menos 16 feridos deram entrada na segunda-feira, no Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária do país, durante as manifestações ocorridas na cidade de Maputo.
Mondlane convocou manifestações para repudiar os resultados das eleições, cujo apuramento provincial confere uma vantagem significativa ao candidato presidencial, Daniel Chapo, suportado pela Frelimo, partido no poder.
Concorrem igualmente nas eleições presidenciais, Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, o maior partido da oposição, e Lutero Simango, pelo Movimento Democrático de Moçambique, o segundo da oposição.
A Comissão Nacional de Eleições, órgão central e deliberativo no contencioso eleitoral, afirmou que os resultados poderão ser divulgados quinta-feira (24).
(AIM)
AC/sg