Maputo, 13 Mar (AIM) – O Sistema Nacional de Saúde necessita de uma jurisdição adequada e própria para incentivar e catalisar a produção interna de vacinas, incluindo um investimento na formação de cientistas do mais alto nível.
O facto foi avançado pelo director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS) Eduardo Samo Gudo, sublinhando que, além do quadro regulatório, o sector privado deve investir em toda a cadeia de pesquisa, produção e distribuição de vacinas.
“Isto é para dizer que é um sistema complexo, [uma vacina] não se faz de um dia para outro, mas nós podemos, de uma maneira estruturada, ir construindo as bases que, a médio e longo prazos, vão tornar o país [auto-sustentável] em termos de vacinas”, disse Samo Gudo a margem do Simpósio Sobre Saúde Global, que teve lugar hoje no distrito de Marracuene e decorreu sob o lema “Investir na Colaboração Estratégica e na Inovação para a Construção de Sistemas de Saúde Sustentáveis”.
Sobre as acções de curto prazo, o director-geral aponta a criação de protótipos de testes para as doenças locais mais propensas a endemias, uma vez serem diferentes das vacinas e medicamentos.
Segundo Samo Gudo, existem ganhos do processo pois a curto prazo, os testes são os mais adequados para que o país se torne auto-sustentável.
Outro desafio para o SNS, é a escolha da doença prioritária para a produção de vacinas, e que trará ganhos na saúde bem receitas para o sistema.
“Temos um portfólio, então, é preciso identificar qual é a brevidade, qual é a doença para a qual o país teria mais ganhos de eficiência económica, programática e sob o ponto de vista de oferta de serviços”, afirmou.
Falando no caso concreto da malária, o director-geral do INS apontou a invenção de um insecticida com base de uma planta local.
“Nós sabemos que temos plantas locais com um potencial preventivo, terapêutico ou de reabilitação, mas essas plantas devem ser testadas, avaliadas para que possam ser utilizadas em grande escala”, explicou.
O simpósio tinha por objectivo partilhar as boas práticas em matéria de inovação para o reforço dos sistemas de saúde, incluindo a prevenção, preparação e a resposta às pandemias, bem como promover o conhecimento sobre as necessidades de investigação e abordagens inovadoras e mais inclusivas para a prestação de serviços.
Participaram no evento, membros do governo, parceiros de cooperação no sector de saúde, organizações de sociedade civil, bem como instituições multilaterais.
(AIM)
Ac/sg