
Maputo, 14 Mar (AIM) – Voluntários do Corpo da Paz, uma agência federal independente dos Estados Unidos, vão passar a incentivar práticas de vida saudáveis, através da promoção da educação sanitária regular, jornadas de limpeza, abstinência de álcool, tabaco, nas escolas secundárias e pré-universitárias de Moçambique.
Passam também a alargar o pacote básico de saúde escolar nos estabelecimentos de ensino de nível secundário e pré-universitário, incluindo a realização de exames médicos periódicos nas escolas.
Para o efeito, assinaram o memorando de entendimento, a directora de Planificação e Cooperação do Ministério da Saúde, Sãozinha Agostinho e a directora do Corpo da Paz em Moçambique, Liza Heintz.
O acto, que teve lugar quinta-feira em Maputo, foi testemunhado pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, e o embaixador dos EUA acreditado em Moçambique, Peter Vrooman.
O memorando também vai fortalecer os mecanismos de coordenação para apoiar as escolas a promover estilos de vida saudáveis, cantos de aconselhamento e criar ambientes livres de estímulos prejudiciais à saúde dos alunos.
Falando durante o evento, Tiago assegurou que com o memorando, os técnicos de saúde juntos com os Voluntários do Corpo da Paz vão intensificar debates e acções concretas referentes à Saúde Sexual e Reprodutiva do Adolescente e Jovem (SSRAJ) com foco no aconselhamento e contracepção.
Além de realizar acções de educação sanitária para a prevenção do aborto inseguro, e de integrar o adolescente e jovem que vive com HIV nos serviços do atendimento ao adolescente e jovem, o instrumento, segundo Tiago, vai também aumentar os pontos de prestação de serviços de SSRAJ integrados e de qualidade, nomeadamente, planeamento familiar, aconselhamento e testagem de HIV e outras doenças de transmissão sexual.
“Queremos enaltecer o papel do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano neste processo, na colaboração para promover a saúde nas escolas, garantindo-se que nossos alunos cresçam, não só com a literacia das artes e letras, mas também com a literacia sanitária”, disse o governante moçambicano.
Tiago acredita que a colocação dos voluntários do Corpo da Paz nas escolas secundárias, em coordenação com o ponto focal de saúde escolar das escolas seleccionadas pelos Ministérios, da Saúde (MISAU); e de Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) mostra, “por um lado, o alinhamento que esta iniciativa tem com o programa de saúde escolar e do adolescente e jovem do Ministério da Saúde e, por outro, que a saúde não é um assunto exclusivamente do nosso sector, mas sim multissectorial”.
Por seu turno, Vrooman afirmou que a partir do memorando de entendimento, o Corpo da Paz vai continuar a disponibilizar, anualmente, com início em Agosto próximo, e de acordo com as necessidades expressas pelo Ministério da Saúde, Voluntários para trabalharem junto às suas contrapartes locais na implementação da Estratégia de Saúde Escolar e do Adolescente e Jovem.
As acções dos Voluntários, de acordo com o embaixador, vão contribuir para a melhoria da saúde e bem estar dos adolescentes e jovens.
Até hoje, mais de 1.700 Voluntários do Corpo da Paz serviram em Moçambique.
A eclosão da Covid-19, em Dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, e que infectou quase todos os países do mundo inteiro, forçou a evacuação global dos Voluntários para os Estados Unidos, e a suspensão do seu trabalho durante quatro anos, período que o mundo foi devastado pela pandemia.
“Hoje, estamos juntos para marcar o recomeço desta parceria, em que trabalharemos na resposta ao HIV e SIDA em Moçambique”, disse Vrooman.
Desde 2004, o Corpo da Paz disponibiliza Voluntários americanos para trabalharem lado a lado com o governo moçambicano nas diversas comunidades do país, sobretudo em promover a saúde e prevenção de doenças, com destaque para o HIV e SIDA e malária.
(AIM)
AC/sg