
Directora Nacional Adjunta do MISAU, Aleny Couto, falando na apresentação do relatório intitulado Caso do Investimento do Tabaco em Moçambique. Foto de Carlos Júnior
Maputo, 17 Mar (AIM) – Moçambique regista, anualmente, mais de 9.300 mortes por doenças associadas ao consumo de tabaco, cifra que representa 3,5 por cento de todos os óbitos reportados no país como resultado de consumo e exposição ao fumo de tabaco.
As mortes associadas incluem por doenças relacionadas ao consumo de tabaco [Tuberculose, Infecções isquémica do coração, infecções respiratórias inferiores, doença de abstracção pulmonar crónica, acidente vascular cerebral (AVC)]. Segundo as autoridades sanitárias, 73 por cento das vítimas são adultos com mais de 70 anos e 14 por cento das mortes por tabaco são de fumadores passivos.
Os dados foram partilhados, na manhã desta segunda-feira (17), em Maputo pela directora nacional adjunta da saúde pública, Aleny Couto, durante a cerimónia de lançamento do relatório intitulado Caso de Investimento do Tabaco.
Revelou acrescentou que o consumo de tabaco causou 11,7 bilhões de meticais em perdas económicas directas e indirectas o equivalente a 1,3 porcento do Produto Interno Bruto (PIB).
“Os resultados de 2019 mostram que se investiu 900 milhões de meticais em despesas associadas à saúde e 10,8 bilhões em perdas económicas indirectas devido às mortes prematuras, doenças e “pausas para fumar” no lugar do trabalho”, disse.
Couto sublinhou que “se investirmos agora nas medidas de controlo do tabaco será possível salvar 53.300 vidas e 45 biliões de meticais em custos de saúde e perdas económicas até ao ano de 2037”.
Já o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Severin Xylandea, disse que o tabaco é uma das principais causas evitáveis de doenças e de mortes e, por isso, há necessidade de ampliar os esforços nacionais para o controlo do tabaco no país.
A OMS recomenda a aprovação urgente da Lei para o Controlo do Tabaco em Moçambique para a defesa da saúde pública em Moçambique.
Segundo Xylandea, as medidas incluem a adopção de uma legislação abrangente e eficaz assegura, o aumento de impostos sobre os produtos de tabaco, tornando-os menos acessíveis, especialmente para os jovens e para os adolescentes.
Outras medidas são a proibição total da publicidade, promoção e patrocínio do tabaco, a adopção de embalagens padronizadas e advertência sanitárias mais eficazes.
“Os benefícios de uma legislação rigorosa vão muito além da saúde. A experiencia mundial demonstra que medidas de controlo do tabaco resultam em melhorias na economia nacional, no aumento da produtividade e na redução da carga sobre o Sistema de Saúde.
Ao priorizar esta agenda, Moçambique não apenas salvará vidas, mas também reforçará sua trajectória de desenvolvimento sustentável”, destacou.
(AIM)
SNN /sg