Maputo, 19 Mar (AIM) – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve um cidadão moçambicano, 35 anos, indiciado de burlar mais de 50 pessoas em Maputo.
A maioria das vítimas candidatavam-se para emprego no Brasil e Portugal. Para o efeito, deviam pagar uma comissão que variava de 30.000 a 40.000 meticais (um dólar equivale a 63,8 meticais).
Outras vítimas eram estudantes candidatos a bolsas de estudo que eram aliciados a pagar uma quantia entre 70.000 a 120.000 meticais.
Para o efeito, o suspeito enganava as vítimas afirmando que era proprietário de uma empresa no estrangeiro que se dedicava ao recrutamento de estudantes e trabalhadores.
Além de burla agravada, o suspeito é acusado de crimes de falsificação de documentos e abuso de confiança.
O facto foi dado a conhecer na manhã de hoje (19) pelo porta-voz da SERNIC na cidade de Maputo, Hilário Lole.
“Para poder colocar em prática essa sua burla, fornecia um link associado a suposta empresa e partilhava em diversas plataformas digitais onde as potenciais vitimas cadastravam-se e, por via online ,ia fazendo entrevistas para poderem ter acesso a estas bolsas nestas instituições”, disse.
Entretanto as pessoas começaram a perceber que se tratava de burla no momento no momento de embarque. Neste processo recebiam passagens aéreas que, no momento de embarque, as pessoas descobriam que as passagens eram falsas e quando se dirigiam as embaixadas recebiam informações de que os vistos também eram falsos”.
Segundo Lole, a SERNIC apreendeu igualmente contratos de pessoas burladas com promessa de emprego, entre outros documentos falsos.
“No momento da detenção foi possível encontrar documentos falsos redigidos em nome de instituições públicas do país, em concreto da cidade Maputo entre outos documentos para que visavam dar mais credibilidade a sua acção”
“Também foram encontrados um leque de contratos de vários indivíduos para trabalhar nessas instituições com a promessa de salários acima de 45.000 meticais que tiveram que se sujeitar ao pagamento de valores monetários.”
Por sua vez, o suspeito refuta todas as acusações. “Estão acusar-me porque algumas pessoas dizem que eu burlei e eu não fiz isso. Eu represento uma associação na qual a instituição disse para poder criar e os associados serem formados. Eu simplesmente faço a ligação entre a associação, associados e a instituição.” disse.
Refira-se que, o indiciado já foi condenado a pena de prisão de 10 anos em 2020 na cidade de Quelimane, capital da provinca central de Sofala.
Entretanto a pena foi revista depois de interpor um recurso pelo seu representante legal e, actualmente, encontra-se em liberdade provisória.
Até a data dos factos, o suspeito frequentava o curso de doutoramento em Educação Contemporânea, numa das instituições doa capital moçambicana.
(AIM)
ZT/sg