Maputo, 21 Mar (AIM ) – O ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, disse hoje (21), em Maputo, que o Relatório Anual do Estado do Clima de Moçambique refere que 2023 foi o ano mais quente de todos os tempos ao registar uma temperatura média anual acima de 0,7 graus Celsius, a mais elevada desde 1980.
O ministro anunciou o facto esta quinta-feira, durante a divulgação do relatório, um evento que antecipa as celebração alusiva ao 23 de Março “Dia Mundial da Meteorológica, que se assinala no próximo sábado, e no presente ano vai decorrer sob lema “Na linha da frente da acção climática”.
“O lema escolhido realça a batalha que devemos travar, sem tréguas contra a ameaça imposta a toda civilização humana pelas mudanças climáticas, cujos efeitos são visíveis e poderão ser catastróficas se não agirmos agora”, advertiu.
Segundo Magala, nos últimos anos Moçambique tem estado a registar. Com maior frequência e intensidade eventos extremos, particularmente cheias, ciclones e tempestades que resultam na perda de centenas de vidas humanas, bem como um forte` impacto negativos a economia.
Este cenário faz que Moçambique se reposicione no debate global sobre mudanças climáticas, reforçando a sua contribuição no movimento que busca experiências para o reforço da resiliência da sua economia e das comunidades residentes nas zonas de risco.
Magala revelou que o incremento de temperatura registada nos últimos anos influencia na elevação do nível do mar, intensidade e sequência das cheias e secas, evolução das espécies, rendimento das culturas agrícolas, propagação de doenças infecciosas, entre outros fenómenos que ameaçam a estabilidade e sustentabilidade da vida humana na terra.
Referiu que Moçambique arrancou em 2021 com a produção de relatórios sobre o estado anual do clima, no qual são apresentados evidências científicas da ocorrência de mudanças climáticas no país.
Com a entrada de ciclone tropical “Freddy” por duas vezes no território nacional e, recentemente, o Filipo, observa-se uma tendência crescente do número de ciclones tropicais que atinge Moçambique.
O boletim climático da província de Maputo, lançado esta quinta-feira, “é um instrumento de monitoria climática que ajuda os pequenos produtores a planificar, monitorar e tomar decisão assertiva nas suas actividades, principalmente nas zonas áridas e semiáridas de Moçambique que praticam
agricultura em regime de sequeiro.
Este instrumento não só apoia o sector da agricultura, mas também, auxilia os sectores de hidrologia, maneio de gado e saúde pública, com vista a reforçar a resiliência das comunidades afectadas.
O boletim climático provincial de Maputo irá igualmente apoiar na gestão de recursos hídricos, saúde pública entre outras que contribuem para resiliência das comunidades locais.
O país conta actualmente com seis boletins climáticos provinciais, nomeadamente, Manica, Tete, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo.
(AIM)
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