
Perto de cinco toneladas de marfim apreendidas no Porto de Maputo
Maputo, 22 Mar (AIM) – A Autoridade Tributária apreendeu, na manhã de quinta-feira (21), 651 unidades de pedaços de marfim no Porto de Maputo, na capital moçambicana, com um peso calculado em 4,8 toneladas, cujo destino era Dubai, Emirados Árabes Unidos.
A mercadoria estava ocultada no fundo e por detrás de um contentor inteiramente carregado de milho.
A informação foi partilhada hoje pela delegada da AT para a cidade de Maputo, Lavínia Macul.
A fonte diz que se trata de produto proibido, cujo exportador terá prestado falsas declarações para tentar ludibriar as autoridades portuárias.
“O exportador não foi honesto, pois prestou falsas declarações camuflando os pedaços de marfim dentro de sacos de milho, mas como as nossas unidades operativas funcionam foi frustrada a tentativa de exportar as pontas que fazem parte dos produtos proibidos de exportar”, disse.
“Já estamos a colher informações para elaborar os autos de apreensão para depois submetermos ao Ministério Publico”, acrescentou.
Sobre a origem da mercadoria, explicou que ainda decorrem investigações para apurar a sua proveniência, pois os troféus podem ser oriundos de Moçambique ou estrangeiro.
Na ocasião, o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Hilário Lole, disse que avaliando pelo número das pontas estima-se que poderão ter sido abatidos mais de 200 elefantes.
“Foi uma apreensão feita em conjunto através de uma informação da existência de um contentor que transportava produtos proibidos. Feita a vistoria vislumbrou-se que existiam, por detrás de sacos de milho, mais de 500 pontas de marfim, que serão encaminhadas à Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) para exame e avaliação dos troféus, proveniência dos animais e informação sobre o número de animais abatidos, mas pode-se aferir desde já que são mais de 200”, disse.
Em conexão com o crime três indivíduos nacionais estão a ser ouvidos pelo SERNIC.
“Neste momento temos três principais suspeitos alguns dos quais já estão a ser ouvidos pelo SERNIC e poderemos trazer mais informações que irão sustentar a as investigações em curso, assim como outros elementos porque acreditamos que seja uma quadrilha extensa não só a nível nacional mas internacional”, diz Lole.
“O SERNIC também está a trabalhar a partir destes três principais suspeitos que já temos as suas identificações. Os suspeitos são todos nacionais, mas acreditamos que poderão existir estrangeiros pelo tipo de crime”, acrescentou.
A SERNIC diz que ainda é muito prematuro avaliar a mercadoria e promete pronunciar-se logo que tiver uma resposta da ANAC.
Refira-se que na mesma data o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo condenou um cidadão a uma pena de 30 anos de prisão por matar 42 leões, 20 elefantes e quatro rinocerontes.
(AIM)
CC/sg