Maputo, 24 Mar (AIM) – As cidades de Maputo e Matola, no sul de Moçambique, estão a registar inundações devido à chuva torrencial que se faz sentir desde a madrugada deste domingo (24), que se traduz numa precipitação superior a 150 milímetros segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
As chuvas resultam de um sistema de baixa pressão que afecta a região sul de Moçambique, que devera se fazer sentir até na terça-feira da semana corrente, refere o INAM.
O cenário era desolador na avenida 25 de Setembro onde eram visíveis viaturas a flutuar arrastados pelas fortes corrente de agua. Aliás, mesmo algumas infra-estruturas não escaparam ao volume das águas, tais como Banco de Moçambique.
O mesmo cenário era visível a avenida de Angola que estava totalmente alagada.
Na cidade da Matola cerca de 4.000 pessoas estão sendo retiradas dos bairros críticos para os centros de acomodação que foram criados pelo município da Matola.
Esta é uma situação que afecta a milhares de famílias, algumas das quais assoladas pela segunda vez por inundações devido a passagem recente da tempestade moderada severa “Filipo”.
O técnico da Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos, no Ministério da Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), Isaque Filimone avançou que a situação resulta da alta densidade habitacional aliada ao défice de sistema de drenagem nas cidades de Maputo e Matola.
“Devido a densidade populacional os solos são compactados e isso faz com que a capacidade de filtração dos solos seja diminuída daí que, pequena chuva quando cai ela não consegue ser infiltrada, gera escoamento e começa a criar cenários de inundação”, explicou Filimone.
“A outra situação que vem a agravar este cenário é o deficiente sistema de drenagem das águas da chuva, pelo facto de que a chuva que está a cair ser muito intensa. Existem imagens que estão a circular neste momento que dão conta que a zona da baixa da cidade, Toyota, 25 de Setembro estão neste momento inundados”, acrescentou.
Por isso, a fonte recomenda a tomada de medidas de precaução devido às fortes correntes de água nos sistemas de drenagem, bem como nos rios da região sul do país.
“Aconselhamos que as pessoas evitem atravessar o leito dos rios em situações de níveis altos. Os centros urbanos são caracterizados em alguns lugares por algumas valas de drenagem e que numa situação destas em que temos o pavimento totalmente inundado nós não conseguimos nos aperceber que aqui estamos numa vala de drenagem”, avançou.
Advertiu ambos peões e automobilistas que correm risco de cair nas valas de drenagem, então é preciso ter muita atenção, sobretudo o indivíduo tem que se segurar, tem que esperar até que a situação normalize”.
(AIM)
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