Maputo, 09 Abr (AIM) – Moçambique e a vizinha África do Sul estão a trabalhar no sentido de melhorar os mecanismos de cooperação para imprimir uma maior dinâmica e eficácia no combate ao crime organizado, bem como travar a sua propagação em ambos países.
Para o efeito, o ministro moçambicano do Interior, Pascoal Ronda, reuniu-se na manhã de hoje em Maputo (09), com o seu homólogo sul-africano, Bheki Cele, durante a qual as partes passaram em revista os progressos alcançados no combate ao crime organizado.
Trata-se entre outros, do combate ao tráfico de seres humanos, drogas, raptos, ameaças de terrorismo. As partes também manifestaram interesse em medidas para o repatriamento de viaturas roubadas na África do Sul para Moçambique, operações conjuntas nas fronteiras entre ambos os países, busca por criminosos ligados aos crimes e a sua extradição e a troca de informação entre os serviços de inteligência moçambicano e sul-africano.
“A realização desta reunião constitui uma oportunidade para o fortalecimento da cooperação e adopção de estratégias conjuntas no domínio da segurança pública, para a prevenção e combate à criminalidade organizada e transnacional nas suas diferentes formas”, disse Ronda na abertura do evento.
O governante explicou que a dinâmica de desenvolvimento socioeconómico dos dois países impõe uma efectiva livre circulação de pessoas e bens para facilitar o incremento das actividades comerciais transfronteiriças e turísticas, “aspectos que constituem elevadas expectativas das populações dos países”.
O ministro sul-africano, por sua vez, advertiu que se os países não trabalharem em conjunto e com o mesmo foco, o crime estará sempre a um passo a frente da lei.
“Como país, nós entendemos que o crime estará sempre a um passo da lei, se nós trabalharmos individualmente e não em parceria com outros países que partilham dos mesmos objectivos que os nossos”, disse.
Destacou que representantes dos dois países realizaram 12 reuniões e operações técnicas para a troca de informação no último ano, com objectivo último de solidificar a cooperação e mapear um plano conjunto para cimentar a colaboração com foco no melhoramento da segurança nos dois países.
“Todo este processo levado acabo até aqui revela o grau de seriedade de elencar as ameaças criminosas dentro e fora das nossas fronteiras como um todo”, apontou.
Cele diz que a Célula de Planeamento Trilateral (TPS) localizada em Moçambique demonstra ser uma estratégia formidável para o combate ao crime organizado e tráfico de drogas na região.
“É nossa tarefa entender a importância do desmantelamento do crime organizado que é a origem de muitos crimes que afectam os nossos países, por isso é importante e urgente para nós capacitarmo-nos de forma a responder os desafios de segurança”, referiu.
“Não há duvidas que esta parceria irá impactar na qualidade do nosso trabalho e resposta a complexidade dos crimes em nosso radar”, acrescentou.
Disse que como o garante da manutenção da lei e ordem na vizinha África do Sul encara Moçambique como um parceiro estratégico que agrega valor no objectivo de assegurar a segurança e estabilidade regional.
“Permanece importante para os dois países, desempenhar um papel de liderança a região para a materialização deste objectivo”, sublinhou.
A fonte destaca a apreensão de drogas no valor de 98 milhões de randes (mais de 300 milhões de meticais), o repatriamento de 23 veículos a seus proprietários legítimos sul-africanos, bem como a detenção de um individuo cujas autoridades sul-africanas acreditam ser um líder de raptos, prestes a ser extraditado para Moçambique.
(AIM)
CC/sg