Maputo, 26 Set (AIM) – A Chefe da equipe de governação da delegação da União Europeia em Moçambique, Alicia Diaz, disse esta quinta-feira (26), em Maputo, que aquela organização continental introduziu, nos últimos 10 anos, várias reformas com vista a eliminar o crime organizado, tráfico de pessoas, sobretudo de mulheres e crianças.
Aliás, a ameaça de tráfico continua elevada para qualquer pessoa vulnerável no mundo. Segundo Diaz, anualmente milhares de pessoas são reportadas como tendo sido vítimas de tráfico
“O tráfico de seres humanos é um crime grave e em evolução, afecta particularmente as mulheres e crianças, gera enormes receitas para os criminosos, ao mesmo tempo causa sofrimento às vítimas e elevados custos para sociedade”, disse.
Como forma de erradicar este crime, a UE está a intensificar os esforços para acabar com este crime.
“Em 2021 a União Europeia lançou uma estratégia global de luta contra tráfico de seres humanos centrada em todos níveis estratégicos, uma vez que a erradicação dentro e fora das nossas jurisdições estão no topo da nossa agenda política e de desenvolvimento”, disse Diaz.
Para a operacionalização da sua estratégia a UE vai intensificar a cooperação de origem e trânsito das vítimas de tráfico, assim como parceiros internacionais, regionais, incluindo organizações internacionais.
A fonte anunciou o facto durante a reunião bilateral entre Moçambique e Angola, sobre Tráfico de Pessoas, evento de dois dias em curso em Maputo.
A vice-Coordenadora do Grupo de Referência Nacional e Directora Nacional da Criança, no Ministério do Género e Acção Social, Angélica Magaia, fez saber que a reunião é de extrema importância, por ser uma matéria multissectorial, complexa, envolvendo na maioria dos casos crimes transaccionais.
“O tráfico de pessoas constitui uma das piores formas de violação dos direitos humanos, na maioria dos casos transaccionais que envolve grupos de criminosos organizados e que se sustentam com a fragilidade e vulnerabilidade devido a sua natureza”, disse Magaia.
Ressalvou que o país quer tirar lições do grupo de referência de Angola, capitalizando as boas experiências que ajudarão o trabalho de prevenção e combate ao tráfico de pessoas em Moçambique.
O Chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), em Moçambique, António de Vivo, adverte que o combate ao crime organizado exige uma abordagem integrada.
“O impacto é profundo e abrangente, afectando diversas esferas da sociedade e economia “, referiu De Vivo.
Explicou que em Moçambique, vários resultados tangíveis foram alcançados, citando o exemplo da primeira condenação que ocorreu em Cabo Delgado sobre o caso de financiamento ao terrorismo.
Destacam-se ainda operações conjuntas com vários países vizinhos que resultaram em apreensões de drogas, destruição de fabriquetas de drogas, gestão de activos apreendidos que geraram nos últimos seis meses 13 milhões de dólares cujo montante encontra-se nas contas do Ministério de Economia e Finanças.
(AIM)
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