
Presidente da República, Filipe Nyusi, (no primeiro plano) durante o lançamento da campanha de comercialização agrícola 2024
Maputo, 12 Abr (AIM) – Moçambique poderá comercializar cerca de 20 milhões de toneladas na presente campanha de comercialização agrícola 2024, anunciou hoje o Presidente da República, Filipe Nyusi.
A cifra representa um aumento de três milhões de toneladas comparativamente a campanha anterior, quando foram comercializadas 17 milhões de toneladas ou seja uma subida de 17,6 por cento.
Destacam-se entre os produtos mais comercializados cereais, leguminosas, tubérculos, entre outros, na presente campanha que vai envolver mais de sete mil intervenientes.
Os produtos alimentares serão colocados no mercado interno, e das culturas de rendimento no mercado externo.
Segundo Nyusi, a comercialização deve ser transparente, sustentada por uma justiça tarifária, como forma de garantir um equilíbrio justo para todos os elementos que participam na cadeia de valor.
“Queremos que o trabalho seja feito com transparência, justiça, para todos podermos ganhar. Vocês ganham comprando e revendendo, e outros ganham comprando para comer”, disse Nyusi durante a cerimónia central de lançamento da comercialização agrícola, que teve lugar no posto administrativo de Luelela, distrito de Mandimba, província de Niassa.
Nyusi encorajou os agricultores a aumentarem os níveis de produção porque é um sector nevrálgico para solucionar diversos problemas do quotidiano.
“Quando produzimos vendemos e quando vendemos temos dinheiro para comprar cadernos, giro [créditos das operadoras de telefonia móvel] pagar energia […] por isso peço para continuarmos a produzir porque os nossos problemas só se resolvem com a produção”, sublinhou.
Nyusi garante uma fixação de preços de produtos justos durante a comercialização de produtos agrícolas, acto que inicia formalmente hoje, em todo o território moçambicano.
“Eu vim aqui dizer, a partir de hoje, oficialmente, começa a campanha de comercialização [agrícola]; sigam os procedimentos, nada de inventar preços altos, nada de os operadores roubarem ao cidadão, aquilo que vocês sabem que custa 10 meticais, não andem a dizer que custa quatro só para explorar”, advertiu.
Nyusi, que também é Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS) apelou aos cidadãos, sobretudo os jovens, para não se deixarem enganar com convites para engrossar as fileiras dos terroristas.
Desde Outubro de 2017 que a província de Cabo Delgado é alvo de ataques terroristas que já resultaram na morte de mais de quatro mil pessoas e forçaram mais de um milhão a procurar refúgio nas zonas mais seguras.
Nyusi também reiterou o apelo aos cidadãos para ignorarem mensagens propagandistas inadequadas que surgem na interpretação da proveniência das doenças tais como conjuntivite hemorrágica e cólera.
“As estruturas estão a dizer como devemos nos proteger das doenças. Dizem que devemos lavar as mãos, os produtos alimentares, ferver água. Quando falam isso, estão a ensinar o remédio santo”, afirmou, desmentindo as mensagens segundo as quais os pacientes com conjuntivite deveriam ferver folhas de árvores e aplicarem nos olhos.
Nyusi advertiu que se fizerem isso correm o risco de ficarem cegos e, por isso, devem apenas seguir as recomendações das autoridades sanitárias.
Durante a cerimónia, Nyusi assistiu a exposição de produtos agrícolas produzidos nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.
(AIM)
Ac/sg