
Maputo, 7 de Mai (AIM) – A GLOBELEQ, um dos maiores investidores no sector de produção de energia em Moçambique, garante que, em parceria com o Governo vai arrancar com a construção da Central Eólica de Namaacha de 120 Megawatt no segundo semestre deste ano.
A informação foi confirmada recentemente, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e pela Alta Comissária do Reino Unido em Maputo, durante a Conferência de Exposição de Energia e Mineração de Moçambique. O arranque do projecto está dependente da conclusão de detalhes finais.
A central, orçada em 270 milhões de dólares norte-americanos, vai aumentar a quantidade de energia exportada pela empresa Electricidade de Moçambique (EDM), beneficiando dos preços mais elevados de venda de energia na região e fornecimento do mercado nacional que tem vindo a crescer nos últimos anos.
Do investimento global, 230 milhões de USD destinam-se para as obras da central e geração de energia e valor remanescente será investido na construção de uma linha de transmissão de 40 quilómetros que liga os distritos de Namaacha e Boane.
A subestação de Boane liga, por seu turno, os corredores de exportação da região pertencente a EDM.
A construção da central vai durar dois anos e as projecções indicam o arranque das operações para meados de 2026, empreendimento que constitui uma solução para reforçar a rede da EDM nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, zona sul do país.
Em entrevista a AIM, Samir Salé, Director de Desenvolvimento e Negócios da GLOBELEQ, garantiu que o projecto está na fase final e tudo indica que o arranque das obras poderá ocorrer brevemente.
“Estamos na fase final de desenvolvimento e esperamos iniciar a construção no segundo semestre deste ano. Esperamos que o Presidente da República lance a primeira pedra para a construção do empreendimento. O nosso objectivo é começar a construção ainda dentro do mandato do presidente Nyusi”, disse Samir Salé entrevistado pela AIM.
Segundo a fonte da GLOBELEQ, esta será a primeira central eólica no país a escala de rede e está dimensionada para a produção de 120 MW. O projecto está em linha com a estratégia de transição energética do governo que é de gerar energia limpa usando os recursos renováveis para nas horas de pico de demanda e tirar a vantagem da procura, sobretudo a nível da região.
A decisão para a construção da Central Eólica de Namaacha confirma o potencial do país nas energias renováveis, factor que vai criar capacidade de resiliência na rede através de energias limpas e gerir as intermitências na zona sul com recursos a energias fora da rede.
Refira-se que as energias renováveis têm um desempenho de 70 por cento no peso da matriz energética nacional, assumindo-se como aposta para garantir o acesso à energia para toda a população até 2030.
Recentemente, cerca de 55 MW foram adicionados à rede eléctrica nacional através das centrais de Cuamba, com 15 MW, e de Mocuba com 40 MW, confirmando a importância das fontes sustentáveis de geração de energia, alicerçadas pelas condições político-Institucionais e associadas a um quadro jurídico-regulatório favorável para o efeito.
(AIM)
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