
Obras de construção da Central Térmica de Temane. Foto Globeleq
Maputo, 01 Mar (AIM) – A Central Térmica de Temane (CTT), empreendimento que vai produzir 450 Megawatts de energia eléctrica, orçada em 650 milhões de dólares norte-americanos, vai arrancar com as operações este ano (2024), de acordo com o plano do projecto e as perspectivas do governo moçambicano.
Trata-se da primeira central à gás desta dimensão, construída no país após a independência, que vai produzir energia limpa, factor importante particularmente numa fase em que Moçambique estabelece as balizas para a sua Estratégia de Transição Energética.
A construção do empreendimento que iniciou em Março de 2022, decorre conforme planeado, prevendo-se que o arranque das operações não sofra alterações, uma vez que, actualmente a execução encontra-se acima de 60 por cento, tornando cada vez mais perto o plano produção de energia através do gás natural dos depósitos de Pande, Temane e Inhassoro, para viabilizar a geração de energia que vai alimentar o país e exportar para a região.
Espera-se que este projecto aumente cerca de 16% da capacidade instalada de produção de energia no país, contribuindo para resposta à demanda de cerca de 1,5 milhões de famílias, no âmbito do Programa de Acesso Universal à Energia, até 2030.
A iniciativa enquadra-se na política do Governo que adoptou como prioridade impulsionar o desenvolvimento industrial através da utilização de gás natural, criando um quadro legal atraente para os investidores.
Aliás, é dentro deste quadro que uma parceria público-privada formada pela Globeleq, Electricidade de Moçambique e SASOL, obteve uma concessão válida por 25 anos, devendo, no final do contrato, transferir-se o activo para o Estado moçambicano.
Como acção de monitoria constante, no último trimestre de 2023, o Ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Carlos Zacarias, disse que a construção da maior central eléctrica a gás no país estava quase pronta, avançando a expectativa de a infra-estrutura entrar em funcionamento este ano (2024).
“Verificámos haver progressos substanciais em cerca de 65%., um progresso substancial que nos satisfaz”, afirmou Zacarias, na altura, em declarações à imprensa, após visitar a Central Térmica de Temane, no distrito de Inhassoro, província de Inhambane, sul de Moçambique.
De acordo com os dados da Globeleq, multinacional com participação maioritária na infra-estrutura, além de gás natural, o empreendimento vai reutilizar o vapor gerado por aquele recurso também para a produção de uma quantidade adicional de energia eléctrica.
No âmbito do mesmo projecto, está em construção uma linha de transporte entre Temane, em Inhassoro, e a província de Maputo, com uma extensão de 563 quilómetros e orçada em mais de 400 milhões de dólares.
Refira-se que a CTT é detida em 85% pela Mozambique Power Invest (MPI) e 15% pela Sasol África, onde a MPI é propriedade da Globeleq (76%) e da EDM (24%).
(AIM)
PC/sg