
Maputo, 11 Mai (AIM) – Cerca de 700 congressistas do maior partido da oposição em Moçambique, Renamo, elegem na próxima semana o novo presidente desta formação política, bem como os novos órgãos cujo mandato expirou em 17 de Janeiro deste ano.
São 10 os candidatos que disputam a liderança do partido, até então encabeçado por Ossufo Momade e que também concorre à sua sucessão.
“Historicamente, o presidente do partido é também candidato” a Presidente da República, afirma, em declarações à Lusa, Ivan Mazanga, membro do grupo de organização do congresso da Renamo. “Mas o congresso pode decidir alterar este princípio, e isso não fere os estatutos”, argumenta, adiantando que “também pode manter o princípio”.
O congresso decorrerá nos dias 15 e 16 de Maio em Alto Molócuè, na Zambézia, província do centro de Moçambique.
Além de Ossufo Momade, que lidera a Renamo desde a morte do líder histórico Afonso Dhlakama (2018), candidataram-se também André Magibire, antigo secretário-geral, Anselmo Victor, chefe do Departamento de Formação, Ivone Soares, deputada e antiga chefe de bancada parlamentar, e Alfredo Magumisse, membro da Comissão Política.
Elias Dhlakama, irmão do malogrado Afonso Dhlakama, Juliano Picardo, presidente do Conselho Provincial de Tete, Pedro Murema, vogal do Conselho Provincial da cidade de Maputo, Hermínio Morais, membro da Comissão Política e Venâncio Mondlane, deputado e cabeça de lista por Maputo nas últimas eleições autárquicas, também apresentaram as suas candidaturas à liderança do partido.
O Conselho Nacional da Renamo aprovou em Abril o perfil do candidato do partido para as eleições presidenciais de Outubro, exigindo, entre os requisitos, 15 anos de militância ininterrupta aos candidatos.
Na sequência disso, Venâncio Mondlane apresentou uma providência cautelar ao Conselho Constitucional (CC) exigindo a anulação deste perfil, assunto que, segundo o próprio, ainda não teve desfecho.
“O CC não reprovou o pedido”, disse. “O CC achou que não havia condições para tomar uma decisão sem que tivesse fisicamente a deliberação do Conselho Nacional da Renamo”, esclareceu Mondlane, adiantando que nem os jornalistas tiveram acesso a essa deliberação.
O candidato insiste que “este é um assunto que está em aberto”, desde que o partido partilhe com os seus membros a deliberação. “Nós vamos submeter um recurso”, declarou Venâncio Mondlane, esta semana, momentos após ter submetido os seus documentos na sede da Renamo.
O líder actual do partido tem sido, externa e internamente, criticado devido a alegada inércia face a supostas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de Outubro passado, sendo também acusado de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido desmobilizados à luz do acordo de paz com o Governo.
(AIM)
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