
Maputo, 28 Mai (AIM) – O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, reunida segunda-feira, em Maputo, decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 15,75% para 15,00%.
O Banco Central explica que esta decisão deve-se a contínua consolidação das perspectivas de inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções mantém-se favorável.
A sessão do CPMO foi precedida pela reunião do Comité de Estabilidade e Inclusão Financeira do Banco de Moçambique, que fez uma avaliação da evolução do risco sistémico e principais vulnerabilidades e concluiu que o sistema financeiro nacional continua estável e resiliente.
Sobre as perspectivas de inflação, o Banco de Moçambique, afirma que se mantêm em um dígito no médio prazo.
Em Abril último, a inflação anual fixou-se em 3,3%, após 3.0% em Março. A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, permaneceu estável. Para o médio praxo, mantêm-se as perspectivas de uma inflação em um dígito, reflectindo, sobretudo a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.
O banco afirma que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções de inflação mantém-se favorável. Desta como possíveis factores de contenção da inflação no médio prazo, a estabilidade do Metical e o impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e preços das mercadorias no mercado internacional.
No que concerne ao sector bancário, o banco afirma que se mantém sólido, capitalizado e resiliente.
Aliás, em Março de 2024 o rácio de solvabilidade fixou-se em 25,1%, acima do mínimo regulamentar de 12,0% e o rácio de liquidez foi de 50.2% igualmente acima do nível regulamentar de 25.0%.
O teste de esforço de solvência macro prudencial que consiste na simulação de choques para avaliar a resiliência do sector bancário, mostrou que este sector tem reservas de capital suficientes para absorver potenciais perdas e manter-se sólido e capitalizado no médio prazo.
O risco sistémico, que avalia o potencial efeito de contágio decorrente de perturbações no sistema bancário, é moderado. Este comportamento reflecte a recuperação gradual da actividade económica a estabilidade do Metical e a recente evolução da inflação não obstante o aumento da exposição do sector bancário ao endividamento público.
Já no que concerne a dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e responsabilidades em mora, “situa-se em 361,8 mil milhões de meticais. O que representa um aumento de 49,5 mil milhões em relação a Dezembro de 2023”.
O Banco Central conclui afirmando que CPMO continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. No entanto, o ritmo a magnitude continuarão a depender das perspectivas de inflação. Bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo.
(AIM)
sg