
Maputo, 28 Jan (AIM) – O Comité de Politica Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, reunido segunda-feira (28) em Maputo, decidiu reduzir a taxa de juro de politica monetária, taxa MIMO, de 12,75 % para 12,25 %.
O Banco explica que “a decisão decorre da manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante o aumento dos riscos e incertezas associados as projecções, com destaque para os decorrentes da tensão pós-eleitoral, o risco fiscal e os choques climáticos”.
O CPMO também decidiu reduzir por uma margem significativa os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional, de 39,0 % para 29,0 %, e em moeda estrangeira, de 39,50 % para 29,50 %, visando disponibilizar mais liquidez para apoiar a economia na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços.
As perspectivas da inflação mantêm-se em um digito no médio prazo. Em Dezembro de 2024, a inflação anual aumentou para 4,15 %, depois de 2,84 % em Novembro, a reflectir a redução da oferta de bens e serviços decorrente da tensão pós-eleitoral.
A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também aumentou. A manutenção das perspectivas da inflação em um digito no médio prazo, reflecte, essencialmente, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.
A pressão sabre o endividamento público interno agravou-se. A dívida pública interna, excluindo os contratos de mutuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 435,6 mil milhões de meticais (cerca de 6,8 mil milhões de dólares), o que representa um aumento de 20,1 mil milhões de meticais em relação a Dezembro de 2024.
Já as reservas internacionais mantêm-se em níveis confortáveis. Segundo o Banco, “as reservas internacionais brutas situam-se em níveis suficientes para cobrir cerca de cinco meses de importações de bens e serviços, excluindo os grandes projectos”.
As taxas de juro do mercado monetário continuam a reduzir. A taxa de juro de referencia para o crédito, Prime Rate, continua a reduzir, em linha com as decisões de politica monetária.
Os riscos e incertezas associados as projecções da inflação aumentaram. Destacam-se, como factores de aumento da inflação, no médio prazo, os impactos da tensão pós-eleitoral, dos choques climáticos e do agravamento da pressão sobre a despesa pública, num contexto de reduzida capacidade de financiamento.
Banco conclui afirmando que a CPMO continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. O ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes as projecções do médio prazo.
(AIM)
sg